Investimento e dividendos: 6 pontos do Plano de Negócios da Petrobras
Do UOL, em São Paulo (SP)
22/11/2024 14h15
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (21) o Plano de Negócios da empresa para os próximos cinco anos. O documento aponta para o investimento bilionário no período, aborda metas ambientais e projeta o pagamento de até US$ 55 bilhões em dividendos.
Investimento bilionário
Plano de Negócios prevê investimento de US$ 111 bilhões. O total estimado para os próximo cinco anos é 9% maior do que o volume anunciado para o período entre 2024 e 2028. Para 2025, a estatal estima um investimento de US$ 18,5 bilhões, queda de 11,9% ante os US$ 21 bilhões do plano anterior.
Alocações serão divididas em duas frentes. O maior investimento, de US$ 98 bilhões, será direcionado para a Carteira de Projetos em Implantação. Já os demais US$ 13 bilhões serão destinados para a Carteira de Projetos em Avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução.
Extração
Produção e exploração receberá US$ 77,3 bilhões até 2029. Os ativos do pré-sal receberão 60% do valor para reforçar o diferencial competitivo da camada, com uma produção de petróleo de melhor qualidade, com baixos custos e menores emissões de gases de efeito estufa.
Petrobras planeja implementar 10 novos sistemas de produção. A estratégia até 2029 considera o uso de tecnologias de última geração para garantir maior eficiência e menores emissões. Há ainda cinco projetos em implantação para além de 2029 e mais seis projetos em estudo.
Modelo projeta evolução da produção total de óleo e gás. Com o plano apresentado, a Petrobras deseja atingir a produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia. O plano conta com uma margem de variação de 4%.
Refino e logística
Plano destina US$ 19,6 bilhões no segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes. Os investimentos em refino visam, principalmente, a aumentar a capacidade do parque da Petrobras, ampliando a oferta de produtos de alta qualidade, como Diesel S10 e lubrificantes, e de combustíveis de baixo carbono.
Estatal mira remoção de gargalos logísticos e a expansão da atuação em mercados estratégicos. O objetivo será alcançado com a construção de 16 novos navios de cabotagem e a implantação de projetos logísticos para aumentar a presença em mercados em crescimento. Entram na lista investimentos no Terminal Aquaviário do Porto de Santos e a construção de novo duto de combustíveis claros para abastecimento do Centro-Oeste.
Projeto prevê a retomada de atividades no ramo de fertilizantes. Com investimento estimado em US$ 900 milhões, a Petrobras planeja resgatar a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, em Três Lagoas (MS), e reativar a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A, em Araucária (PR).
Transição energética
Investimentos totalizam US$ 16,3 bilhões em transição energética. O valor engloba os projetos em Energias de Baixo Carbono e ações para descarbonização das operações e Pesquisa e Desenvolvimento. O montante representa 15% dos investimentos.
Ficam mantidos os seis compromissos de descarbonização até 2029. As propostas incluem a redução das emissões absolutas operacionais totais em 30% até 2030 em relação a 2015, a zero queima de rotina em flare, a reinjeção de 80 milhões tCO2 até 2025 e a redução da intensidade de emissões de metano no segmento upstream até 2025.
Petroleira busca pela neutralidade das emissões operacionais até 2050. A meta visa não ultrapassar o patamar de emissões de 2022, mesmo com o aumento de produção e atividades previstas. Para isso, a Petrobras deseja atuar em parceria com empresas de grande porte do setor, para descarbonização das operações, integração da carteira de soluções de baixo carbono e captura de oportunidades de mercado no Brasil.
Estratégia financeira
Estudo de financiabilidade estabelece estrutura de capital mais eficiente. A proposta prevê maior flexibilidade e baixo endividamento em "cenários desafiadores". Diante da situação, o limite da dívida bruta da estatal foi revisado para US$ 75 bilhões. O aumento do teto da dívida considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixos preços do barril de petróleo no mercado internacional.
Petrobras projeta desembolsar até US$ 55 bilhões aos acionistas. A estimativa para o cenário-base do Plano de Negócios considera a "flexibilidade" para eventuais pagamentos extraordinários com o fluxo de caixa livre robusto previsto para os próximos cinco anos.