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Uber, músico: 1 em cada 4 advogados faz 'bico' e maioria ganha até R$ 7.000

Fachada da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Imagem: OAB

Colaboração para o UOL

14/05/2024 04h00

O 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira, uma espécie de "censo" dos profissionais do direito no Brasil, revelou dados como número de autônomos na profissão, remuneração, identidade de gênero, cor, raça, idade, religião e outros aspectos.

Confira os principais dados revelados na pesquisa

Predominância de autônomos. 72% dos advogados e advogadas entrevistados para o estudo são autônomos, ou seja, não possuem vínculo empregatício com um escritório ou empresa específica, sendo os próprios responsáveis pelo seu trabalho. Enquanto isso, apenas 29% estão vinculados a empresas ou escritórios privados de advocacia, e 5% declararam ocupar cargos públicos. Já os aposentados representam 5% e os desempregados, 4%.

"A condição de advogado autônomo é mais frequente quanto maior a idade, atingindo entre os de 60 anos ou mais, e caindo para entre os que têm 21 a 23 anos", diz o estudo.

Entre os autônomos, 51% atuam no regime de home office. Já entre o número total de profissionais consultados, 43% têm o trabalho remoto como realidade. Segundo a pesquisa, esses profissionais tendem a ter rendimentos inferiores em comparação com aqueles que trabalham em um ambiente presencial.

Remuneração "baixa". O estudo indica que 64% dos advogados ganham até cinco salários mínimos por mês, ou seja, cerca de R$ 7.000. Enquanto isso, 34% ganham até R$ 2.800 e somente 5% ganham mais de R$ 28 mil.

Cerca de um quarto dos advogados brasileiros, 26%, desempenha ainda outra atividade profissional além da advocacia. Professor (20%), servidor público (13%) e empresário (10%) são as principais atividades exercidas além da advocacia. Também aparecem na lista corretor de imóveis (1,8%), empreendedor (1,6%), agricultor (1,5%), músico (0,8%), motorista de aplicativo (0,8%), entre outras ocupações.

Mulheres são a maioria na advocacia brasileira. Elas constituem 50% desse campo profissional, enquanto homens somam 49% e outras identidades de gênero representam cerca de 1%.

As advogadas são mais jovens que os advogados. Dado sugere que a inclusão do público feminino nessa área profissional cresceu recentemente no Brasil: entre elas, a média de idade é de 42 anos, enquanto entre os homens é de 47 anos.

64% dos advogados se declaram brancos. 25% se declaram pardos, somente 8% pretos, e cerca de 1% são indígenas e amarelos. O estudo, no entanto, aponta que "a proporção de negros (pretos e pardos) é inferior à representação desses grupos na população brasileira".

43% se declaram católicos, enquanto são 18% evangélicos. Outras religiões somam, juntas, 20%, e os sem religião representam 9%.

A maioria dos advogados, 52%, considerou que as condições da prática da advocacia têm piorado. Ainda assim, eles deram a nota 6,3 em relação à satisfação de exercer a profissão. A percepção de retrocesso aumenta conforme a idade: de 21 a 23 anos, é 32%; de 24 a 44 anos, 48%; de 45 a 59, 58%; e 60 anos e mais, 54%.

Dados foram divulgados no 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira, encomendado pelo Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) à FGV (Fundação Getulio Vargas). Realizado entre agosto e outubro de 2023, via questionário online, o estudo entrevistou 20.885 profissionais da área.

Essa foi a maior pesquisa já realizada sobre o perfil da advocacia no país, segundo a OAB. O estudo buscou "mapear as características da advocacia no Brasil, evidenciando padrões gerais e regionais, além de dificuldades e peculiaridades da profissão".

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