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Jean Paul Prates é demitido do comando da Petrobras

Do UOL, em São Paulo (SP) e Brasília (DF)

14/05/2024 20h51Atualizada em 15/05/2024 07h31

Jean Paul Prates foi demitido nesta terça-feira (14) do comando da Petrobras pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O que aconteceu

A notícia foi publicada primeiro pelo jornal "O Globo" e depois confirmada pela Petrobras. A companhia disse, em comunicado ao mercado financeiro, que na noite desta quarta (14) recebeu uma solicitação de Prates para que o conselho de administração da empresa se reúna a fim de analisar o encerramento antecipado de seu mandato. Se o encerramento for aprovado, Prates pretende apresentar depois sua renúncia ao cargo de membro do conselho, de acordo com a nota.

Assume a presidência da Petrobras Magda Chambriard, segundo a empresa. Engenheira civil com pós-graduação em engenharia química, Chambriard foi presidente da ANP (Agência Nacional do Petróleo) no governo de Dilma Rousseff (2011-2016) e foi indicada agora para substituir Prates pelo Ministério de Minas e Energia.

O UOL apurou que, na verdade, o presidente Lula quer Aloizio Mercadante no cargo. Mercadante é o atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e Chambriard já foi comunicada que seu mandato é temporário porque o plano do governo é colocar o petista no comando da Petrobras.

Demissão ocorreu durante uma reunião no Planalto. Estavam presentes também os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil). Segundo a colunista do UOL Andreza Matais, Prates escreveu em comunicado interno aos funcionários da Petrobras que seu mandato foi "precocemente abreviado" e que Silveira e Costa "regozijaram-se" de sua dispensa.

Diferenças, desavenças e dividendos

Prates vinha se desgastando com o governo porque nunca deu a Lula espaço dentro da Petrobras, segundo o UOL apurou. Ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, Prates queria conduzir a petroleira como uma empresa independente do governo, mas Lula vê a Petrobras como uma extensão da sua administração.

Havia atritos com Silveira e Costa faz tempo. Prates era criticado por tomar decisões sem consultar o setor e os dois ministros. Também existia uma percepção de que Prates não estava conseguindo ter um papel de liderança à frente da empresa.

A recente discussão sobre o pagamento de lucros da Petrobras aos acionistas foi a pá de cal em uma relação desgastada. Em março, a petroleira anunciou que pagaria somente uma parte dos dividendos. Lula preferia que os lucros fossem usados pela empresa para fazer novos investimentos. Mas, antes resistentes, Silveira e Costa mudaram de ideia, alinhando-se ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e concordando com a distribuição de dividendos extras para ajudar a fechar as contas do governo.

Na noite de segunda (13), a Petrobras informou uma queda de 38% no lucro entre o primeiro trimestre deste ano e igual período de 2023. Os ganhos líquidos da petroleira de janeiro a março de 2024 somaram R$ 23,7 bilhões. A empresa atribuiu a queda à piora do resultado financeiro da empresa, com a desvalorização cambial, ao menor volume de vendas de óleo e derivados, e à queda de preço do petróleo no mercado internacional.

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