'Envelhecimento estimula o mercado de robôs', afirma Universal Robots
Colaboração para o UOL, de São Paulo
23/05/2024 04h00
O envelhecimento populacional vai estimular cada vez mais a implementação de robôs nas indústrias. Tal fenômeno já é observado em países da Europa e da América do Norte, afirma Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.
Os principais motivadores para a instalação dos robôs na Europa e na América do Norte são fenômenos sociais ligados ao envelhecimento da população e a redução da população ativa para trabalhar na manufatura.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
Apesar de reconhecer as curvas de envelhecimento como determinantes para o mercado de robôs industriais, o executivo avalia que o atual movimento é diferente entre os países. Ele estima que o movimento já é uma realidade em países da Europa e nos Estados Unidos, que sofrem com a carência de mão de obra para atuar na indústria. Segundo Pineda, o cenário pode se tornar uma realidade também no Brasil, caso os indicadores econômicos avancem de maneira positiva.
Torcemos muito para que a situação econômica do Brasil siga com indicadores positivos e que o desemprego continue caindo, mas com isso acontecendo e a população envelhecendo, vai faltar mão de obra, assim como a gente tem visto em países onde a média da idade da população é mais alta.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
No caso da China, que passou a consumir mais da metade dos robôs industriais do mundo, o executivo avaliou que o aumento da automação reflete o projeto de desenvolvimento econômico do país asiático. A estratégia visa ampliar o desenvolvimento econômico e a produção local.
A China vem, há três anos, com o plano de instalar 1 milhão de robôs em cinco anos. Eles vão atingir essa marca e, para mim, é evidente que o efeito que eles estão procurando a longo prazo é justamente o ganho de eficiência, o ganho de produtividade e a melhoria dos processos para, justamente, manter o crescimento da economia.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
No Brasil, 1.800 robôs entraram em operação nas indústrias em 2022, valor que corresponde a apenas 0,5% do consumo mundial. Apesar de reconhecer o mercado ainda enxuto, o diretor da fabricante de robôs com sede na Dinamarca avaliou existir um grande potencial de crescimento das novas tecnologias.
O Brasil é um mercado que tem todas as grandes multinacionais do mundo produzindo remédios, alimentos, bebidas, produtos de limpeza, cosmético, carros, implementos agrícolas, é uma potência industrial e uma potência na mineração. O Brasil segue sempre um país de enorme potencial e nós queremos estar aqui para poder contribuir.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
Robôs humanoides
Durante a entrevista, Pineda também afirmou que os primeiros passos até a realidade dos robôs que auxiliam nos afazeres domésticos já são observados nos grandes centros logísticos das redes de comércio eletrônico, que operam equipamentos destinados à separação dos produtos. No caso dos restaurantes, que têm atividades próximas às realizadas nos domicílios, o executivo afirmou que processo avançam mais lentamente.
Não adianta ter um robô virando hambúrguer se o processo de entrada e saída ainda depende de alguém que pode demorar um pouco mais e atrapalhar esse fluxo. Só que essa realidade de ter robôs na indústria de preparação de alimentos também é uma tendência que chegará em pouco tempo.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina