IBM: 'Inteligência Artificial é incapaz de substituir criatividade humana'

O presidente da IBM Brasil, Marcelo Braga, disse que a inteligência artificial não tem capacidade de substituir profissões que exigem a criatividade humana. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.

Braga avaliou que o processo de automatização ameça carreiras que envolvem atividades repetitivas, como o movimento de acionar uma prensa manual para produzir uma peça industrial. Segundo ele, a inteligência artificial são feitas por comandos pré-determinados, aumentando a exigência de profissionais qualificados em diversas áreas.

Quanto mais vocabulário, repertório e experiência a pessoa tiver, ela vai ter mais capacidade de fazer prompts sofisticados. A gente começa a ver, talvez pela primeira vez, uma tecnologia tão de ponta na qual pessoas mais experientes talvez sejam as mais adequadas para a execução. A gente sai de uma era em que se aprendia a usar sistemas para uma na qual os sistemas começam a entender o que você quer fazer.
Presidente da IBM Brasil, Marcelo Braga

Com a evolução da inteligência artificial, o executivo vê a importância do ser humano cada vez maior para a melhora dos serviços de atendimento e a tomada de decisões mais eficientes, sempre baseadas em dados.

As decisões executivas de qualquer empresa têm emoção. Se você não está vendendo tão bem quanto você gostaria, vem automaticamente a ansiedade ou uma decepção. Com a IA, há dados e ações, mas não tem emoção. Acho que a tendência é nos adaptarmos para o mundo em que vai ter muito mais informação para as decisões serem tomadas sem emoções.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil

Na entrevista, Braga afirmou ainda que os próximos passos da inteligência artificial é justamente ampliar a capacidade humana. Ele também previu que a automação tem capacidade de reduzir a necessidade de utilizar aplicativos para executar tarefas e ampliar as soluções geradas na nuvem.

Da mesma forma em que você vê médicos que se apoiam muito mais em exames para dar um diagnóstico, a gente vai ver todas as profissões se apoiando muito mais da inteligência artificial para realizar melhor os seus trabalhos.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil

Durante a entrevista, Braga também defendeu a regulamentação das ferramentas que envolvem a inteligência artificial, mas ressaltou que o movimento não deve prejudicar o desenvolvimento tecnológico das empresas. Ele afirmou já ver vários mecanismos de regulamentação em atividade.

Há potencial revolucionário muito maior do que o dano ou medo de uma IA que perca o controle. Por isso, defendemos tanto os modelos de governança, privacidade de dados e uma discussão clara de regulamentação para os avanços poderem ocorrer, mas com todas as salvaguardas necessárias.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil

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Ciberataques

Braga relatou ainda que bilhões de ataques virtuais ameaçam usuários e empresas todos os dias. Segundo Braga, a sofisticação dos ciberataques exige um aprimoramento linhas de defesa em conjunto com a inteligência artificial.

Temos visto muito mais sofisticação e um maior número de golpes. Por isso, as linhas de defesa das empresas e essa percepção de coisas que indiquem as possibilidades de fraudes e ataques, também têm que ser mais sofisticadas.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil

O executivo disse que os avanços migraram os ataques para ameaças direcionadas na contaminação de toda uma rede de computadores. A ação exige o pagamento de um resgate para recuperar as informações roubadas pelos golpistas.

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