Número de ricaços e sua fortuna batem recorde histórico no mundo
Alexandre Novais Garcia
Do UOL, em São Paulo
05/06/2024 12h26
A fortuna das pessoas mais ricas do mundo se recuperou da perda registrada em 2022 e voltou a crescer no ano passado. O número dos ricaços também subiu, mostra um estudo divulgado pela consultoria Capgemini.
O que aconteceu
Levantamento revela que fortuna dos mais ricos bateu recorde em 2023. Evolução das riquezas da população global com mais de US$ 1 milhão aumentou 4,7% e totaliza US$ 8,7 trilhões. O maior patamar da série histórica do estudo divulgado anualmente pela consultoria Capgemini foi atingido após o valor cair 3,5%, de US$ 86 trilhões para US$ 83 trilhões, em 2022. A alta é atribuída aos bons desempenhos dos mercados acionários ao longo de 2023.
População mais rica também voltou a crescer. Após cair para 21,7 milhões de pessoas em 2022, o total de afortunados saltou 5,1% no ano passado, para 22,8 milhões. O número também corresponde ao maior valor já apurado, superando os 22,5 milhões de super-ricos contabilizados em 2021.
Aumento das fortunas é atribuído ao desempenho das Bolsas de Valores. Segundo os responsáveis pelo estudo, as variações positivas dos principais mercados acionários explica o movimento. Em 2023, os índices norte-americanos S&P 500 e Nasdaq dispararam 24% e 43, respectivamente. Na Europa, o francês CAC 40 avançou 17%, enquanto o FTSE 250, do Reino Unido, subiu 4,5%. Na Ásia, o destaque fica por conta do salto de 28% do índice Nikkei.
O crescimento das riquezas foi maior entre os "novos-ricos". Enquanto a fortuna daqueles com patrimônio superior a US$ 30 milhões em ativos cresceu 34%, a população com renda entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões viu o patrimônio evoluir 43% no ano passado.
Pesquisa também mostra as desigualdades entre os mais ricos. Segundo o estudo, há 220 mil pessoas com mais de US$ 30 milhões no mundo. O valor representa apenas 1% da população com mais de US$ 1 milhão. A faixa de entrada do grupo, com até US$ 5 milhões, conta com 89,9% do total de endinheirados.
Regiões
América do Norte e da Ásia abrigam quase dos terços dos ricaços. As regiões contam com, respectivamente, 31,7% (27,5 milhões) e 29,6% (25,7 milhões) dos endinheirados. Na sequência, aparecem a Europa (18,9 milhões), a América Latina (9,4 milhões), o Oriente Médio (3,5 milhões) e a África (1,8 milhão).
Apenas a África registrou queda no número de habitantes mais ricos e de fortuna total. As quedas são atribuídas aos preços menores das commodities, além da redução dos investimentos estrangeiros e das exportações. Com o movimento, a população local com mais de US$ 1 milhão recuou 0,1%, com baixa de 1% da riqueza final.
Na contração, as fortunas da América do Norte foram as que mais cresceram. No continente, a Capgemini observa que houve um aumento de 7,2% do total das riquezas, de US$ 25,6 trilhões para US$ 27,5 trilhões. Mesmo assim, o valor ainda não supera o nível de US$ 27,6 trilhões, atingido em 2021.