Leilão do arroz teve politização indevida, avalia ministro Paulo Teixeira

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que houve politização indevida do leilão de arroz anunciado pelo governo Lula. A declaração foi dada durante entrevista no UOL News 2ª Edição desta terça-feira (11).

Na manhã de hoje, o governo federal anulou o leilão de compra internacional de arroz para evitar alta no preço do produto da cesta básica brasileira. Anúncio ocorreu após denúncias de que empresas vencedoras do leilão não eram do ramo nem tinham capacidade para fazer importação.

Tem gente que está especulando no preço do arroz. Portanto, o leilão tem como objetivo normalizar o preço do arroz. O governo decidiu fazer o leilão com esse objetivo (...) e foi em parte alcançado. Não totalmente, mas houve uma diminuição de preço. Para isso, o que eu quero dizer é que o produtor de arroz não tem que ficar preocupado porque ele não vai ter uma baixa no preço dele abaixo da produção dele, ele vai continuar ganhando. Mas vai precisar suprir uma parte desse arroz no mercado interno. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Houve uma politização indevida desse assunto. Por quê? O governo passado [de Jair Bolsonaro] baixou as tarifas de importação de arroz e foram importadas 400 mil toneladas e não se falou um A. Me lembro que até os produtores de arroz protestaram, mas [essa manifestação] foi feita sem esse buchicho todo. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

O edital antigo levantou suspeita de corrupção. O ministro disse que os problemas apresentados vão ser corrigidos.

O que talvez na modernização do edital vá ter que ser exigido? Qualquer conflito de interesse tem que ser avisado à empresa. Isso vai ser exigido: todo mundo que tiver conflito de interesse terá que avisar a Conab, isso vai tá no novo edital. Logo, quando você detecta o problema, (...) você tem que agir corretamente, foi o que nós fizemos. Na medida em que nós detectamos o problema, o presidente Lula hoje de manhã determinou o cancelamento do leilão. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Quando tomamos conhecimento desse problema? Sábado. (...) Em dois dias tomamos uma providência. Você acha que isso é um problema? Acho que é mérito. (...) Tendo qualquer problema, cabe ao governo agir e agir com rapidez. Eu e o Fávaro estávamos na China com a comitiva do vice-presidente Geraldo Alckmin. Tomei conhecimento no sábado as 18 horas, liguei para o presidente da Conab e ele me falou tudo [que aconteceu no leilão]. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Leilão do arroz criou ruído na relação do governo com o agro, diz ministro

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Também no UOL News, o ministro Paulo Teixeira disse que o leilão de arroz anunciado pelo governo Lula para conter alta de preços após chuvas no Rio Grande do Sul criou um ruído na relação com o agronegócio. O leilão foi anulado e o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, pediu demissão e vai ser exonerado.

Evidentemente os fatos desse leilão, não são fatos bons, não gostaríamos, não desejaríamos [que ocorressem], mas ele sai. Se tem alguma questão, o [secretário de Política Agrícola] Neri saiu para não deixar dentro do governo qualquer tipo de foco. Porque se trata de um governo que não dialoga com os erros. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

A relação do empresariado brasileiro tem sido muito boa com o agro, por exemplo, mais de 100 mercados foram desbloqueados para a carne brasileira e produtos brasileiros. Um recorde do plano safra na agricultura familiar e empresarial; perdão e suspensão do pagamento de dívidas para aqueles setores que tiveram um preço muito baixo na sua produção. [Temos] Uma relação boa. Agora, teve esse fato que, digamos assim, criou um ruído na relação [com o agro]. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

[Nesse fato, o presidente Lula sabe a importância do agro e do empresariado e está conduzindo de forma a não ter e não continuar esse ruído [com o agronegócio]. Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

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