Pedidos de indenização por enchentes no RS dobram e alcançam R$ 3,9 bilhões
Alexandre Novais Garcia
Do UOL, em São Paulo
19/06/2024 15h43
O acionamento das seguradoras devido às enchentes no Rio Grande do Sul mais do que dobrou no último mês, segundo atualização divulgada nesta quarta-feira (19) pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras). Conforme o novo balanço, as empresas foram acionadas 48.870 vezes, com indenizações que totalizam R$ 3,9 bilhões. Os valores confirmam o maior fenômeno natural da história para o mercado de seguros no Brasil.
O que aconteceu
Valor final das indenizações mais que dobraram em um mês. Conforme a atualização referente à movimentação até 18 de junho, o acionamento das seguradoras saltou 108,5%, de 23.441 para 48.870, e o total de indenizações avançou 132,2%, de R$ 1,67 bilhão para R$ 3.89 bilhão, desde o último balanço com dados até 23 de maio.
Esperávamos o crescimento considerável desse número, que ainda não é o valor final. Acreditamos que ainda deve continuar crescendo. A situação ainda não está estabilizada e isso manteve uma continuidade no processo de avisos dos sinistros.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg
Maior crescimento envolve seguros de grandes riscos. No último mês, o volume de indenizações solicitadas por grades empresas aumentou de R$ 815 milhões para R$ 1.322 bilhão. Em termos de pedidos, o principal avanço foi no mercado agrícola, com variação de 84%, de 993 para 2.215.
Acionamentos por sigilos domésticos e automotivo também cresceram. O intervalo de um mês marca também o aumento significativo no total de pedidos por sinistros em veículos (de 8.216 para 19.067) e residências (de 11.396 para 22.673). Com as altas, as indenizações para as modalidades alcança, respectivamente, R$ 1,28 bilhão e R$ 523,7 milhões.
Seguradoras têm capacidade para honrar com os pagamentos. Oliveira destaca que as empresas não enfrentarão dificuldade para honrar com o compromisso estabelecido com os segurados. "Esses volumes são perfeitamente cobertos pela capacidade das seguradoras", garante ele.
Além das reservas técnicas, as empresas contam com ativos financeiros próprios e resseguros nacional e internacional. São valores perfeitamente cabíveis e as seguradoras estão preparadas para cumprir os pagamentos.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg
Associação reafirma previsão de maior desastre da história. Mesmo sem apresentar uma perspectiva final, Oliveira observa que o desastre será confirmado como o "maior evento singular de impacto no mercado de seguros da história do Brasil". Ele ressalta que novos números podem surgir com a volta das chuvas e a elevação do nível do rio Guaiba nos últimos dias.