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Após altas do dólar, Lula diz que 'responsabilidade fiscal é compromisso'

Do UOL, em Brasília

03/07/2024 14h33Atualizada em 03/07/2024 15h04

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (3) que "responsabilidade fiscal é compromisso" do governo federal em um discurso hoje no Palácio do Planalto, depois de sucessivas altas do dólar e reuniões com a equipe econômica.

O que aconteceu

O tom do presidente hoje, durante o anúncio do Plano Safra para Agricultura Familiar, foi mais ameno do que nas últimas entrevistas. Como o UOL tem mostrado, apesar de as falas de Lula não serem o único motivo para a alta, elas têm contribuído para a escalada — o que já preocupa o governo.

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Na última semana, as falas contra o Banco Central e os juros têm movimentado o mercado. Lula tem feito críticas intensas contra Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com mandato até dezembro, e à autonomia do banco.

A gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário, mas não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003 --e a gente manterá ele à risca.
Lula, em discurso no Planalto

A gestão já avalia que as falas de Lula foram como um título pela culatra. A agenda intensa de entrevistas foi montada com objetivo de promover os feitos do governo e até gerou efeitos iniciais positivos, mas a repercussão não tem sido a ideal. Aliados dizem que ele tem razão nas críticas aos juros altos, por exemplo, mas reconhecem que a forma belicosa, principalmente contra Roberto Campos Neto, tem causado ruídos e trazido prejuízos.

O governo tem buscado um plano de contingência. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi nesta manhã ao Palácio do Alvorada tratar sobre alta de câmbio com Lula. A conversa durou pouco mais de uma hora e serviu como uma preparação prévia para a reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentária) que vai acontecer no final da tarde.

No mesmo tom ameno, Haddad afirmou à imprensa que o câmbio "vai acomodar", mas sem dar detalhes. Ele também amenizou as brigas em relação ao BC. "A diretoria tem autonomia para atuar como entender conveniente, não existe outra orientação. Tem autonomia para atuar", disse Haddad após evento no Palácio do Planalto.

Mais produção contra inflação

Lula defendeu ainda que a solução para combater a alta dos alimentos é o aumento da produção. O governo anunciou hoje o Plano Safra de Agricultura Familiar, voltado ao pequeno produtor.

Os alimentos foram um dos impulsionadores do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em junho. As causas são variadas e regionais, mas se explicam, em especial, pela alta do dólar e por fatores climáticos que impactam as produções de formas diferentes.

Lula quer incentivar a produção. "Se a gente plantar mais, não vai ter inflação de alimento", disse o presidente, em evento no Planalto, rodeado de pequenos produtores, cooperativas e movimentos sociais.

A inflação de alimentos se dá quando a gente produz menos que a demanda. Se a gente tiver a produção correta, não faltará produto no supermercado e ninguém precisa aumentar o preço. Porque a gente vai ter excesso de comida neste país.
Lula, durante lançamento do Plano Safra de Agricultura Familiar

O Safra voltado à agricultura familiar terá um investimento de R$ 76 bilhões. O valor é 6,2% maior do que o da safra passada e visa incentivar a produção sustentável de alimentos saudáveis.

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