Transição no BC deve ser suave independente do sucessor, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto disse que quer fazer uma "transição suave" do comando do BC, independente de quem seja seu sucessor.

O que ele disse

Campos Neto disse que é preciso dar continuidade ao trabalho com seu sucessor, "independente se pensa igual". "Faz parte do amadurecimento institucional que o Brasil precisa. Quero fazer uma transição suave e estarei à disposição", disse Campos Neto durante a 25ª Conferência Anual do Banco Santander. Nesta terça-feira (27), o ministro da Fazenda Fernando Haddad disse na mesma conferência que a indicação do novo presidente do Banco Central deve ocorrer entre o final do mês de agosto e o início do mês de setembro.

Antecipar o nome do governo para o BC é positivo. Campos Neto disse que, como seu mandato vai até dia 31 de dezembro, e o próximo presidente do BC precisa ser sabatinado pelo Senado, ele entende que antecipar a indicação do nome é algo positivo.

Para a gente poder fazer a transição, e eu faria isso da forma mais civilizada possível, tenho dito que antecipar talvez fosse bom. Entendo que essa é uma decisão do governo e estou à disposição para fazer a transição da melhor forma possível.
Roberto Campos Neto, presidente do BC

Não há certeza sobre o cenário à frente em relação aos juros e à inflação. Na mais recente ata do Copom, o colegiado não deu indicação (guidance) de como deve ser o próximo movimento em relação à Selic (taxa de juros). Campos Neto disse que isso gera certa volatilidade no mercado, mas que se trata de "um momento em que não temos certeza do cenário à frente".

BC fará o que for preciso para levar a inflação para a meta. "O Banco Central vai fazer o que precisa para levar a inflação para a meta. Preferimos não dar guidance por entender que nesse momento é importante ter flexibilidade. Entendemos que isso eleva um pouco a volatilidade, mas tem momentos em que dar guidance pode não ser positivo", disse.

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