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Na Expointer, produtores projetam aumento de 20% para a safra de verão

Apresentação da Emanter na Expointer 2024 Imagem: Murilo Matias

Murilo Matias

Colaboração para o UOL, de Esteio (RS)

28/08/2024 10h38

Produção de grãos deve aumentar quase 20% durante a safra de verão e superar as 35 milhões de toneladas, apesar das enchentes de maio no Rio Grande do Sul. As projeções dos produtores são otimistas para os mercados da soja, arroz, feijão e milho, segundo dados apresentados pela direção da Emater-RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), em evento realizado na Expointer na manhã de terça-feira (27).

Expectativa do setor

Principal produtor nacional de arroz, o Rio Grande do Sul deve ser reafirmar neste posto ao alcançar mais de 8 milhões de toneladas. Produção 11% acima sobre o último ano, garantindo a sustentabilidade do setor, após dúvidas sobre a capacidade de abastecimento em meio à crise climática de maio. Devido às enchentes, o governo federal chegou a realizar um leilão internacional para a compra do grão, temendo a falta do item, mas compra foi cancelada por suspeitas de fraude.

O feijão, por sua vez, registra o maior acréscimo em termos de produção, superando as 50 mil toneladas. Quantidade é 26% a mais do que em 2023, mas ainda bastante inferior aos outros grãos. A cultura ganhou espaço em área plantada e produtividade e deve se favorecer do tempo favorável nos próximos meses.

Menos chuvas, sem estiagem. "A projeção para os próximos meses é de diminuição das chuvas durante a primavera, mas sem estiagens longas. Teremos um La Nina de fraca intensidade e de curta duração, dentro da normalidade", afirma o meteorologista Flavio Varone, baseado-se em 83 estações de rede de monitoramento combinados a modelos climáticos elaborados pelo Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS).

Soja segue em expansão

A soja segue aumentando seu espaço no campo gaúcho, aproximando-se dos sete milhões de hectares plantados. Segundo o MapBiomas, o avanço da cultura nas últimas quatro décadas é o principal responsável pela perda de vegetação do cerrado e do pampa, bioma característico do estado.

Aproximadamente 82% de quem produz soja tem menos de 50 hectares. A reconstrução do estado começa pela agricultura, por isso afirmo que esta Expointer é um divisor de águas nesse sentido. O dinheiro aplicado no setor gera retorno quase imediato.
Vilson Covatti, secretário de Desenvolvimento Rural

Com o impacto das enchentes, plantações de milho têm retração. A exemplo das vegetações nativas, o milho teve retração de ocupação no território, mas a alta produtividade elevará a produção em 18%, acima das 5 milhões de toneladas. "O milho é muito representativo para a agricultura familiar e foi o mais atingido dos grãos em virtude das cheias, o que explica essa redução de área", pontua Claudinei Baldissera, diretor técnico da Emater responsável pela divulgação dos números.

Se as previsões se concretizarem, a colheita total de grãos ultrapassará as 35 milhões de toneladas no período. O resultado é fundamental para a economia do Rio Grande do Sul, cujo PIB depende em boa parte do segmento agro — a concessão de crédito aos produtores e o investimento em tecnologia seguem como pautas destacadas pelo segmento.

Os dados são constituídos a partir da coleta realizada pelos 497 escritórios da Emater espalhados pelo estado em combinação com estatísticas de órgãos oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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