'Água sai mais limpa do que entrou na nossa empresa', diz CEO da Buddemeyer
Claudia Varella
Colaboração para o UOL, em São Paulo
24/09/2024 12h00
A preocupação ambiental faz parte da filosofia do Grupo Buddemeyer. É o que afirma Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer, ao "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.
Nós sempre tratamos essa parte de meio ambiente com uma força muito grande. Mesmo antes de existirem leis mais fortes em relação a isso, desde a década de 80 a gente já faz tratamento de efluentes onde a água sai mais limpa do que ela entrou.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer
Há mais de 70 anos no mercado, o Grupo Buddemeyer é líder do segmento premium de cama, mesa e banho. O Grupo tem três marcas: Buddemeyer (indústria), Casa Almeida (rede de varejo) e Empório Bud (voltado para vendas B2B). Anualmente, a companhia vende cerca de 50 milhões de peças. Em 2023, o faturamento foi de R$ 505 milhões.
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Carbono neutro e embalagens de tecido
A companhia tem certificação de carbono neutro. De acordo com a empresa, em 2023, a companhia recebeu a certificação Carbono Neutro 2021/2022. "Nós temos há mais de cinco, seis anos certificação de carbono neutro. Nem se falava em carbono neutro há cinco anos da mesma forma que se fala hoje de ESG", declara. ESG é a sigla, em inglês, para Environmental, Social and Governance. É um conceito que envolve melhores práticas ambientais, sociais e de governança dentro de empresas.
ESG é uma filosofia, dia a dia, todo dia, tentando melhorar o que você faz, e não só um símbolo, um status ou uma plaquinha. Para nós é um trabalho contínuo.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer
Embalagens serão de tecido. Rafael Buddemeyer diz que outra medida que está sendo adotada pela companhia é substituir, gradualmente, o uso de plástico nas embalagens por tecido e materiais biodegradáveis.
Brasil tem leis ambientais mais modernas
Na entrevista, o CEO diz que a indústria têxtil brasileira não é poluente. "Sempre se diz que a indústria têxtil é uma indústria poluente, mas a indústria têxtil brasileira não é desta forma. A indústria têxtil brasileira tem uma força muito grande em saber fazer isso. Até porque o Brasil foi um dos primeiros a trazer leis ambientais mais modernas", declara.
Segundo ele, no final da década de 90, entraram leis que eram muito mais rigorosas que nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
A indústria têxtil brasileira é muito forte nisso. Ela é muito mais preparada do que outras indústrias que poluíam muito, especialmente em água e energia. No Brasil, a gente tem uma dominância de energias não poluentes, como hidrelétrica, a solar, a eólica, tem um percentual muito forte disso.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer
China e concorrência desleal
Rafael Buddemeyer diz que a China pode ser um parceiro da companhia no futuro. "Existe uma classe média crescente, grande na China. Nós estamos em projetos de expansão de exportação, um deles é vender na China. Por quê? Porque é um mercado, hoje, maduro, que consome produtos e tem essa vontade. E como a gente tem design e qualidade para isso, por que não?", declara.
Para ele, a concorrência chinesa "não assusta tanto quanto assustava no passado", mas que é preciso olhar a concorrência desleal.
O que a gente tem que olhar é a concorrência desleal. A concorrência que não tem procedimentos, que não tem qualificações. Aí é um pouco mais complicado.
Rafael Buddemeyer, CEO da Buddemeyer