Topo

Smiles fatura R$ 1,35 bilhão com alta de 14% no terceiro trimestre de 2024

Carla Fonseca, presidente da Smiles Imagem: Divulgação

Luciene Miranda

Colaboração para o UOL, de São Paulo

13/11/2024 09h04

Um faturamento de R$ 1,35 bilhão no terceiro trimestre do ano foi divulgado pela Smiles — braço de programa de fidelização da companhia aérea Gol — nesta quarta-feira (13), com os números da controladora. O resultado representa uma alta de 14,4% na comparação com o mesmo período de 2023, além de 22% do total de vendas da Gol. Os números demonstram a resiliência financeira do segmento de fidelização, mesmo fortemente vinculado ao setor aéreo, que ainda enfrenta prejuízos originados pelas interrupções de voos durante a pandemia de covid-19.

A presidente da Smiles, Carla Fonseca, deu uma entrevista exclusiva ao UOL Economia nesta terça-feira (12), em que comentou os resultados do ano.

Relacionadas

O que aconteceu

Parcerias atraem consumidores e justificam alta nos resultados. Carla Fonseca explica que a alta no faturamento vem de mais de 100 parcerias com outras empresas fornecedoras de produtos e serviços que atraem consumidores de maneira complementar à oferta de passagens aéreas. Este foi o motivo de a empresa de fidelização ter retido a clientela e sentido um impacto menor durante a pandemia, ao contrário da controladora Gol que registra prejuízos desde 2020.

Com as restrições para viajar, direcionamos muitas ações e promoções para que os clientes continuassem juntando as milhas e, naquele momento, o Shopping Smiles se destacou absurdamente. Hoje, é 100% maior do que antes da pandemia.
Carla Fonseca, presidente da Smiles

Inovação em serviços é a estratégia da Smiles, um oásis de resiliência dentro do segmento de transporte aéreo. Além do Brasil, a empresa de fidelização também tem operações na Argentina, implementadas durante a pandemia. Alguns dos serviços oferecidos são cartões de crédito, compra de produtos, hotelaria, aluguel de carros, shuttle - deslocamento terrestre de passageiros, salas vip em aeroportos e atrações de entretenimento, além de passagens aéreas dentro da Gol e de outras 50 companhias aéreas. Junto às empresas parceiras, a Gol totaliza mais de 1600 destinos em 160 países diferentes. Algumas das companhias parceiras são KLM, Airfrance, American Airlines, Copa, Avianca, Air Europa e TAP.

O DNA de inovação da Smiles é um ponto fundamental. Além de ser o programa de fidelidade da Gol, é uma plataforma completa de viagem. E os clientes reconhecem isso. O viajante precisa de outros produtos além da passagem aérea.
Carla Fonseca, presidente da Smiles

Trajetória da empresa é marcada por resiliência. Em 30 anos de história, a Smiles sobreviveu à falência Varig e foi comprada pela Gol em 2011, abriu capital na Bolsa de NY em 2013 e enfrenta com a Gol o processo de "recuperação judicial" nos EUA. Carla Fonseca contou que as sinergias com a incorporação e os diferenciais nos serviços dentro do mercado de fidelidade "blindam" a Smiles da crise no setor aéreo.

Processo de recuperação judicial da Gol. Em janeiro de 2024, a controladora Gol recorreu ao Tribunal de Falências de Nova York, nos Estados Unidos, para um processo conhecido naquele país como "Chapter 11", semelhante ao de recuperação judicial no Brasil. Assim, conseguiu continuar com os serviços de voos e evitar restrições ou bloqueios impostos por credores em todo o mundo. O Tribunal dos EUA aprovou US$ 1 bilhão de financiamento na modalidade "devedor em posse" - ou "DIP", na sigla em inglês - concedido por acionistas majoritários. A previsão da Gol é de saída do processo de Chapter 11 até abril de 2025.

No mercado financeiro, as ações da companhia seguem negociadas na bolsa brasileira, a B3. Já nos EUA, as operações com as American Depositary Receipts "ADS" foram imediatamente suspensas na Bolsa de Nova York (NYSE) pela SEC, a autoridade norte-americana do mercado de capitais.

A Smiles registrou 40% de participação de mercado no primeiro trimestre de 2024, segundo a ABEMF (Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização). No ano, a empresa conquistou 320 mil novos clientes, ou seja, detentores de milhas que fizeram o primeiro resgate para a compra de passagens aéreas. A Smiles também tem um clube de assinaturas que atingiu 1,1 milhão de sócios, com um crescimento de 9,3% no terceiro trimestre em base anual. No período, o número total de clientes chegou a 23,6 milhões, com uma alta de 6,6% na mesma comparação.

Clientes podem acumular milhas por meio de outros benefícios. Além das milhas, eles acessam benefícios, promoções, descontos e ainda podem acumular milhas com a compra em dinheiro de produtos junto a parceiros, a exemplo de Magazine Luiza e Uber. Mas a presidente da Smiles admitiu que o objetivo é direcionar a demanda para a troca de milhas por passagens aéreas. "Eu gosto de acompanhar os indicadores que estão fazendo os clientes viajar. De todos os sócios do clube, mais de 70% compraram passagens aéreas este ano. É um nível de engajamento altíssimo. Esse é o nosso propósito", disse.

Os planos de expansão da Smiles incluem a entrada no segmento de benefícios corporativos para funcionários. Carla Fonseca lembrou que uma tendência pós-pandemia é das empresas oferecerem benefícios adicionais aos trabalhadores, além dos tradicionais plano de saúde, vale-transporte e vale-refeição ou alimentação. A empresa de fidelização encomendou vários estudos que apontaram esta mudança nos perfis de benefícios, com a maioria voltada ao bem-estar dos profissionais. Outro investimento da Smiles tem sido na oferta de serviço de agência de pacotes de viagens, com a operadora Smiles Viagens.

A gente quer vender a viagem como benefício. Já temos este serviço e, acredito, vamos crescer muito neste segmento em 2025.
Carla Fonseca, presidente da Smiles

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Smiles fatura R$ 1,35 bilhão com alta de 14% no terceiro trimestre de 2024 - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Economia