Dólar passa de R$ 6,06 com ameaça de Trump aos Brics; Bolsa tem baixa
Lílian Cunha
Colaboração para o UOL
02/12/2024 10h17Atualizada em 02/12/2024 12h10
O dólar tem alta nesta segunda-feira (02), sendo pressionado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça impor tarifa de 100% aos países dos Brics caso tentem substituir o dólar como moeda de troca em suas transações comerciais.
A Bolsa de Valores de São Paulo opera em queda.
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As reações ao pacote de corte de gastos do governo também continuam pesando.
O que está acontecendo
Por volta do meio-dia, o dólar comercial era negociado em alta de 1,15%, vendido a R$ 6, 070. O turismo era vendido com valorização de 0,60%, para R$ 6,279.
A Bolsa de Valores de São Paulo tinha queda no momento de 0,15% O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, caia para 125.484 pontos.
Nos EUA, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou no sábado (30) impor tarifas de 100% aos países do grupo Brics, que inclui o Brasil. "Pedimos que se comprometam [...] a não criar nunca uma nova moeda do Brics, e a não apoiar nenhuma outra moeda para substituir o possante dólar americano, ou enfrentarão tarifas de 100%", escreveu Trump na rede Truth Social (que é dele), em referência ao grupo de países que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul entre outros.
Com isso, o dólar que já rompeu recordes na semana passada, com a reação negativa do mercado ao pacote de gastos, segue em tenência de alta.
Sem intervenção
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira que o câmbio flutuante é um dos pilares da matriz econômica do país. Ele reiterou que a autarquia só atua no câmbio em caso de disfuncionalidades, ao responder pergunta sobre o tema no XP Fórum Político, do banco XP. "Efetivamente, a gente vai continuar fazendo atuações só por questões de disfuncionalidades, como essa de você ter uma sazonalidade de final de ano de dividendos que vão para fora e coisas desse tipo", disse ele.
Na Bolsa
O único alívio são os produtos básicos. O minério de ferro teve alta de 1,26% na China, enquanto o petróleo sobe em torno de 1,20%. Ao longo do dia, isso pode impulsionar Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4). No momento, VALE3 tinha alta de 0,48%, para R$ 59,06. PETR3 subia 0,52%, para R$ 42,84 e PETR4 avançava 0,64%, para R$ 39,15.
Boletim Focus
A expectativa de inflação para este ano foi reajustada para cima pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central. Eles elevaram a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,63% para 4,71%, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda (02) .
Esse é o primeiro após a divulgação do pacote de corte de gastos do governo e a alta do dólar que o anúncio provocou. Com isso, a projeção segue acima do teto da meta de inflação para este ano, de 4,50%.