'Black friday do 1º semestre': Semana do Consumidor começa hoje

A Semana do Consumidor começa neste sábado com promoções em diferentes segmentos. Pelo resultado e relevância, a campanha vem sendo chamada pelo comércio eletrônico de "Black Friday do primeiro semestre".

O que aconteceu

Ideia inicial era fazer campanha de apenas um dia, mas proposta acabou crescendo. O Dia Mundial dos Direitos do Consumidor foi estabelecido em 15 de março de 1962 pelo então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. No Brasil, a data ganhou mais relevância após a sanção do Código de Defesa do Consumidor em 1990. Por ser uma estratégia de marketing, alguns varejistas chegam a falar em mês do consumidor. "Provavelmente isto vai se prorrogar até a semana que vem", informa Thiago Carvalho, assessor econômico da FecomércioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

Campanha visa impulsionar as vendas em um período com menor consumo. A Semana do Consumidor é uma alternativa aos grandes picos de vendas do varejo, como a Black Friday e o Natal. E o primeiro semestre tradicionalmente registra um consumo menor em relação a outros períodos.

Semana do Consumidor acontece em todo o Brasil. Entidades reforçam que a campanha será um termômetro importante do consumo no país em meio a uma conjuntura econômica complexa. A projeção de alta nos juros poderá impactar o consumo nos próximos anos. Economistas acreditam em um possível desaquecimento do varejo no segundo semestre de 2025 e em 2026.

Perfil dos produtos procurados pelo consumidor é diferente de outras datas. Em outras ocasiões há uma busca maior por presentes, já agora os clientes estão de olho em produtos para uso próprio. Por conta disso, a FecomercioSP avalia que será maior a demanda por itens de saúde, higiene pessoal e beleza, superando os eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

Faturamento ainda é menor em relação à Black Friday "original". No primeiro dia da Semana da Consumidor, em 15 de março de 2024, o faturamento foi de R$ 602,8 milhões. Já no primeiro dia da Black Friday, em 29 de novembro do ano passado, o faturamento ficou em R$ 4,2 bilhões. Os dados são da consultoria Confi.Neotrust e são relativos ao comércio eletrônico. Porém, a FecomercioSP observa que, no caso da Black Friday de novembro, há injeção de recursos do 13º, diferente da versão de março.

Dicas para os lojistas venderem mais

Lojistas podem usar estratégias para vender mais, recomenda a FecomercioSP. Segundo o assessor econômico da entidade, a semana é flexível e cada varejista pode decidir as melhores ações. Veja algumas recomendações:

  1. Faça promoções por mais dias, não apenas para o sábado. A entidade sugere que nesta semana e na próxima sejam organizados promoções, campanhas de desconto, ofertas exclusivas para clientes cadastrados e projetos de divulgação nas redes sociais.
  2. Ofereça flexibilidade no pagamento. No caso do Pix, por exemplo, a dica é dar um desconto maior em relação a outras modalidades.
  3. Verifique os preços nas gôndolas. Outra recomendação é treinar os funcionários para o atendimento.
  4. Observe se o estoque informado no sistema do estabelecimento confere com o que está disponível. Cancelar a venda é o pior cenário possível. Para o varejo, esse pode ser o momento para "desencalhar" alguns itens parados em estoque.
  5. Pense na entrega do produto. No caso de marketplaces, é a hora de simular os fretes da mercadoria ofertada e verificar se os valores não estão mais altos do que a concorrência. Nas lojas físicas oferecer a entrega gratuitamente pode ser uma abordagem exitosa.
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Recomendações ao consumidores

Expectativa é de uma postura mais cautelosa na compra de bens duráveis, prevê FecomercioSP. Isso deve ocorrer por conta da atual conjuntura econômica. Veja algumas recomendações aos consumidores:

  1. Tenha cautela e uma boa organização financeira, evitando o endividamento. Pesquise preços, organize os itens de desejo, foque na qualidade e real necessidade da compra.
  2. Faça uma lista de compras. Igor Marchetti, advogado do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) recomenda que o consumidor faça uma lista do que quer comprar e acompanhe o preço daquele produto. Ao se fazer isso é possível identificar se aquele item está com preço mais baixo ou não. Alguns sites e os Procons fazem monitoramento e ajudam a verificar o histórico de preço.
  3. Tome cuidado com preços excessivamente baixos. Ao comprar em lojas online, verifique se são confiáveis. Olhe com atenção o link para certificar que é oficial.
  4. Denuncie. Para denunciar falsas promoções ou práticas enganosas, o consumidor deve procurar o Procon de sua cidade, responsável pela fiscalização do mercado. A instituição realiza monitoramento de preços de uma amostra de produtos para orientar o consumidor se as ofertas têm realmente o desconto anunciado.

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