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Copom projeta novo aumento da taxa Selic em maio

Do UOL, em São Paulo

19/03/2025 19h13

O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou hoje a elevação da taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual e indicou que o próximo ajuste poderá ser menos intenso. A decisão foi tomada em meio a um cenário de incertezas econômicas e riscos inflacionários.

No comunicado, o colegiado justificou a medida citando a necessidade de controle da inflação, mas sinalizou uma possível moderação no ritmo de aperto monetário nas próximas reuniões.

O que aconteceu

Após dois dias de reunião, o Copom divulgou decisão sobre a Selic. A taxa foi elevada pela quinta vez consecutiva, atingindo o maior nível desde agosto de 2016. A Selic estava em 14,25% até agosto daquele ano, quando começou a ser reduzida, e agora retorna a esse patamar.

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Copom promete um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em maio. No comunicado divulgado, o comitê afirmou que, diante da persistência de um cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens do ciclo de aperto monetário em curso, antecipa um ajuste menos intenso no próximo encontro, caso o cenário esperado se confirme.

Para além da próxima reunião, o Comitê fala sobre compromisso com a meta de inflação. A instituição destacou que a magnitude total do ciclo de alta dos juros será determinada pelo compromisso com a convergência da inflação e dependerá da evolução dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária. Entre os fatores que serão monitorados, estão as projeções de inflação, as expectativas do mercado, o hiato do produto e o balanço de riscos.

Economia aquecida e inflação de serviços são citadas. Entre os fatores de risco para o cenário inflacionário, de acordo com o Copom, destacam-se a possibilidade de uma desancoragem prolongada das expectativas e uma maior resiliência da inflação de serviços, impulsionada por um hiato do produto mais positivo.

Inflação deve superar o teto da meta. A projeção do IPCA está acima do limite definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), cuja margem de tolerância varia entre 1,5% e 4,5%. O BC deverá justificar o descumprimento da meta caso o índice continue fora do intervalo por seis meses consecutivos.

A projeção para o IPCA de março é de 0,56%. Se esse número se confirmar, a inflação terá desacelerado em relação a fevereiro, quando o aumento dos preços foi impulsionado pela alta na conta de luz. Já em janeiro, o chamado "bônus Itaipu" ajudou a reduzir a tarifa de energia, graças à distribuição de um saldo positivo da hidrelétrica.

O que é a taxa Selic

A taxa Selic é definida pelo Copom. A taxa básica de juros é o principal instrumento que o BC tem para tentar controlar a inflação.

Os juros influenciam o consumo e crédito. A variação da Selic impacta diretamente o consumo das famílias e a tomada de crédito, afetando o comportamento econômico no país.

Aumento da Selic reduz consumo. Quando a inflação está alta, o Banco Central eleva os juros para conter o consumo e pressionar os preços para baixo. Em cenários de inflação baixa, o BC diminui a taxa básica para incentivar o consumo e a atividade econômica.

Selic afeta todas as taxas de juros. As taxas cobradas em empréstimos e financiamentos e as pagas por aplicações financeiras estão atreladas à variação da taxa básica.

Rendimento de renda fixa cresce com alta da Selic. Investimentos atrelados à taxa básica, como o Tesouro Selic, passam a oferecer maior retorno, enquanto a poupança segue perdendo competitividade.


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