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Importações de ovos pelos EUA disparam com gripe aviária; Brasil cresce 93%

EUA importam ovos de diferentes países  - Marcelo Justo/Folhapres EUA importam ovos de diferentes países  - Marcelo Justo/Folhapres
EUA importam ovos de diferentes países Imagem: Marcelo Justo/Folhapres

Colaboração para o UOL

25/03/2025 15h02

Os Estados Unidos estão importando lotes de ovos do Brasil e de outros países para tentar atender a demanda interna após um surto de gripe aviária que encareceu os preços internamente.

O que aconteceu

O vírus dizimou quase 170 milhões de galinhas, perus e outras aves desde o início de 2022, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Entre humanos, foram confirmados 70 casos e uma morte neste ano.

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Não há transmissão conhecida de pessoa para pessoa neste momento. A maioria foi infectada após contato com gado contaminado e em fazendas avícolas e operações de abate. O risco atual para a saúde pública é baixo, na avaliação do CDC.

Para o consumidor, o surto de gripe aviária pesa no bolso. Em fevereiro, o preço médio de uma dúzia de ovos chegou a US$ 5,89 (R$ 33 pela cotação atual), nível mais alto para o mês desde 1980.

O governo Trump anunciou um plano de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) para tentar conter a crise. O montante será dividido entre ações de biossegurança, ajuda financeira para agricultores, pesquisas em vacinas e redução de encargos regulatórios.

Com a produção local comprometida, as importações de ovos dispararam nos EUA. As vendas de lotes do Brasil cresceram 93% em fevereiro na comparação com o ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal.

Historicamente, o país compra ovos produzidos no Canadá, Holanda, Reino Unido, China e Turquia. Agora, tem recorrido também à Coreia do Sul e à Indonésia, além de países europeus, incluindo Itália e Polônia, segundo a Bloomberg.

O setor também busca flexibilizar regras de fabricação para amenizar o surto. A FDA está analisando um pedido feito pelo National Chicken Council para liberar o consumo humano de ovos postos em fazendas ligadas ao conselho.

A entidade pede o que chama de "corte de burocracia" de uma regulamentação que dura 15 anos. Atualmente, os produtores descartam quase 400 milhões de ovos por ano por não conseguirem atender aos requisitos de segurança alimentar da FDA.

O protocolo exige a refrigeração dos ovos a 7 graus Celsius em até 36 horas após serem postos. O conselho argumenta que os produtores não têm equipamentos para atingir a temperatura indicada. O regulamento foi criado em 2009 para conter surtos de salmonela.

O momento é ainda mais delicado com a chegada de feriados. Na Páscoa, os ovos são essenciais para a indústria de alimentos processados, na fabricação de misturas para bolo, sorvete ou molho para salada.


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