PanAmericano confirma rombo adicional de R$ 1,3 bi no balanço
SÃO PAULO, 3 de fevereiro (Reuters) - O Banco PanAmericano (BPNM4), que teve seu controle comprado pelo BTG Pactual no início desta semana, confirmou nesta quinta-feira ter recebido aporte adicional de R$ 1,3 bilhão.
Os recursos, segundo o banco, foram obtidos por meio de operação financeira contratada entre o Grupo Silvio Santos, que até domingo era o acionista majoritário da instituição, e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Ainda conforme o PanAmericano, "esse montante é decorrente do ajuste necessário verificado até o momento em função das apurações das inconsistências contábeis ainda em andamento”.
Ao mesmo tempo, o Panamericano assegurou que "não houve e nem haverá concessão de auxílio pelo FGC diretamente" ao banco.
Em esclarecimentos prestados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o PanAmericano disse que prevê concluir trabalhos sobre as condições reais do banco até 15 de fevereiro, prazo máximo para divulgação do atrasado demonstrativo do resultado do terceiro trimestre de 2010.
Em novembro, quando foram divulgados problemas na contabilidade do banco, o Grupo Silvio Santos colocou R$ 2,5 bilhões obtidos junto ao FGC no PanAmericano.
Com o aporte adicional revelado nesta quinta-feira, o total injetado na instituição pelo Grupo Silvio Santos, ainda quando estava na condição de controlador do banco e via fundo garantidor, chega a R$ 3,8 bilhões.
Na noite de segunda-feira, o BTG Pactual anunciou a aquisição do controle do PanAmericano por R$ 450 milhões, em uma operação que marca a entrada do conglomerado financeiro de André Esteves no varejo bancário.
O BTG acertou a compra da totalidade da participação do Grupo Silvio Santos no PanAmericano, assumindo 51% das ações ordinárias (com direito a voto) do banco e quase 22% das preferenciais, representativas de 37,6% do capital total.
A Caixa Econômica Federal segue com 49% das ações com direito a voto do PanAmericano e 20,7% das preferenciais.
A compra do Panamericano pelo BTG precisa de aprovação do Banco Central, que identificou que a instituição financeira de médio porte mantinha em seu balanço como ativos carteiras de crédito que haviam sido vendidas a outros bancos.
Também houve duplicação de registros de venda de carteiras, inflando o resultado do PanAmericano.
As ações do Panamericano terminaram a quinta-feira em queda de quase 10%, cotadas a R$ 5,95. Nos dois pregões anteriores, contudo, os papéis tinham acumulado valorização de 55%, com investidores reagindo positivamente à venda do banco para o BTG.
(Reportagem de Cesar Bianconi)
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