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Presidente do Bird alerta para contágio da crise

Lesley Wroughton

19/09/2011 17h59

WASHINGTON, 19 de setembro (Reuters) - O presidente do Banco Mundial disse nesta segunda-feira (19) que uma queda da confiança do investidor desencadeada pela crise de dívida em economias avançadas já começa a se fazer sentir nos países em desenvolvimento, e defendeu uma "ação cooperativa".

Robert Zoellick afirmou que os mercados de ações em países em desenvolvimento foram duramente golpeados e os fluxos de capital têm declinado fortemente desde agosto, conforme a crise de dívida na zona do euro se intensificou e a classificação de risco dos Estados Unidos sofreu rebaixamento.

"Os eventos de agosto começaram a mostrar sinais de contágio nos mercados emergentes", afirmou Zoellick em conversa com jornalistas antes de reuniões de ministros da Economia globais em Washington esta semana.

O investimento direto estrangeiro para países em desenvolvimento segue firme até o momento, mas o Banco Mundial acompanha o desenrolar do tema de perto, afirmou.

"Um risco novo e maior paira. A queda de mercados e da confiança pode gerar escorregões no investimento em países em desenvolvimento e um recuo dos seus consumidores também", afirmou Zoellick.

Ele disse que países mais pobres têm menos espaço fiscal comparado com 2008 para fazer frente a um revés econômico, e que alguns estavam "andando na corda bamba" do ponto de vista de política monetária, tentando equilibrar pressões inflacionárias e riscos associados a economias avançadas.

Países em desenvolvimento e emergentes têm sido os motores do crescimento global desde a devastadora crise financeira de 2007-2009. Qualquer desaceleração do crescimento econômico nesses países pode ser um revés adicional a uma recuperação global já frágil.

Zoellick alertou que pressões econômicas crescentes podem levar a uma elevação de pressões comerciais protecionistas.

Ele acrescentou que o aumento dos preços de alimentos estava pondo pressão adicional sobre o mundo em desenvolvimento. Os preços globais de alimentos estão 26% mais altos que há um ano, muito perto dos valores recordes registrados há três anos, na última crise de preço de alimentos.