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Petrobras aumenta investimento, mas corta produção

14/06/2012 12h15

RIO DE JANEIRO, 14 Jun (Reuters) - A Petrobras divulgou seu novo plano de negócios para o período entre 2012 e 2016, de US$ 236,5 bilhões, de acordo com comunicado divulgado ao mercado nesta quinta-feira (14). 

A estatal aumentou em 5,25% os investimentos em relação ao plano anterior (2011 a 2015), de US$ 224,7 bilhões, mas cortou as metas de produção de petróleo e gás. 

Agora a Petrobras espera alcançar a produção de 3,3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe) em 2016, volume 18% menor que a produção de 3,99 milhões de boe prevista para 2015, segundo o plano anterior. 

Para 2020, o novo programa de investimentos prevê produção total de 5,7 milhões barris de óleo equivalente/dia considerando os ativos no exterior, volume 10% menor que os 6,4 milhões de boe previstos anteriormente para o mesmo período. 

A empresa espera manter o nível de produção de petróleo em 2012 e 2013 em linha com 2011, cuja meta de produção era de 2,1 milhões de barris diários (bpd) no Brasil. A estatal, porém, não cumpriu esta meta e produziu 2,02 milhões de barris/dia no ano passado. Até 2015 a Petrobras prevê acréscimo de 1,2 mi bpd em sua capacidade de extração atual. 

A área de exploração e produção de petróleo e gás natural concentrará o maior volume de investimentos, de US$ 141,8 bilhões, equivalente a 60% do total. No plano anterior estavam destinados US$ 127,5 bilhões. 

O segmento de refino, que tem causado prejuízos à estatal devido ao crescimento da importação de gasolina, sofreu um corte de 5,1 bilhões de dólares. Terá US$ 65,5 bilhões, ou 27,7% do total, contra US$ 70,6 bilhões, ou 31% do investimento total, do plano passado. 

As áreas de Gás e Energia, Petroquímica e Biocombustíveis se mantiveram com os níveis de investimentos semelhantes aos previstos anteriormente. 

Preços do petróleo

A Petrobras considera preços do petróleo tipo Brent entre US$ 90 e US$ 100 o barril no seu no plano de investimentos. O plano anterior considerava a cotação da commodity entre US$ 80 e US$ 95. 

Dependendo dos preços do petróleo no mercado internacional, a companhia prevê para 2016 uma geração de caixa entre US$ 38 bilhões e US$ 44 bilhões. 

A estatal espera necessidade média de captação anual entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões ao ano para financiamento dos projetos, valor que também irá variar de acordo com a cotação da commodity. 

Desinvestimento    

A Petrobras anunciou ainda que montante de desinvestimentos e reestruturação de ativos foi ampliado no novo plano, alcançando o valor de US$ 14,8 bilhões, contra um desinvestimento de US$ 13,6 bilhões anteriormente planejado. 

A estatal não detalhou, porém, o plano de venda de ativos, se limitando a dizer que o foco será em projetos no exterior. 

Segundo relatório do Bradesco, o novo plano é, à primeira vista, negativo para a Petrobras. 

"Em conjunto, a maior capex (investimento) e alvos de produção mais baixos parecem ser negativos (...) a falta de um aumento na produção pode levar o material a permanecer sem sentido por um tempo (...).  Acreditamos que o mercado vai reagir negativamente a esta notícia", disse o banco, no relatório.