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Potências do euro concordam em estimular crescimento

Gavin Jones e Emmanuel Jarry

22/06/2012 16h28

ROMA, 22 Jun (Reuters) - Os líderes de Alemanha, França, Itália e Espanha concordaram, nesta sexta-feira (22), com um pacote de 130 bilhões de euros (US$ 156 bilhões) para tentar reanimar o crescimento econômico na Europa, mas diferem sobre o lançamento de títulos conjuntos para combater a crise da dívida da zona do euro.

Após o encontro entre os líderes dos países em Roma, o primeiro ministro italiano, Mario Monti, disse que a União Europeia deve adotar uma série de medidas de crescimento equivalentes a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da região em um encontro na próxima semana.

"Crescimento só pode ter sólidas raízes se houver disciplina fiscal, mas disciplina fiscal só pode ser mantida se houver crescimento e criação de empregos", disse Monti em entrevista à imprensa depois de conversas que duraram uma hora e quarenta minutos.

As medidas de crescimento, já sendo trabalhadas em Bruxelas, incluem aumentar o capital do Banco de Investimentos Europeu, redirecionar fundos não gastos regionais da UE e lançar títulos para cofinanciar importantes programas de investimento público.

Não foram anunciadas novas medidas nesta sexta-feira.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que lidera a economia mais poderosa da Europa e principal contribuidor dos fundos de resgate, aprovou o pacote de crescimento, mas não fez nenhuma menção de qualquer movimento em direção à mutualização da dívida da zona do euro ou novos empréstimos.

O presidente da França, François Hollande, pareceu impaciente com a relutância de Berlim, dizendo que não se deve demorar 10 anos para criar eurobônus conjuntos.

Ele disse que uma maior solidariedade é necessária entre os Estados membros antes que eles cedam mais soberania para as instituições da UE.

"Eu considero os eurobônus uma opção... Mas não em 10 anos", disse Hollande em um desafio direto a Merkel. "Não pode haver transferência de soberania se não houver uma melhora na solidariedade."

Merkel argumentou que os 17 membros união monetária têm que transferir controle sobre orçamentos nacionais e políticas econômicas para Bruxelas ante da Alemanha considerar uma emissão comum da dívida.

As declarações contrastantes deixaram muito trabalho para diplomatas produzirem um projeto convincente para uma união fiscal e bancária na cúpula da UE que irá ocorrer nas próximas quinta e sexta-feira, considerada por Monti um momento decisivo na crise.

A expectativa é que esse plano inclua os primeiros passos na direção de uma união bancária, começando por colocar o Banco Central Europeu a cargo de supervisionar bancos grandes dentro da zona do euro.

Resgate espanhol?

Custos de empréstimos perigosamente altos para recuaram um pouco devido às expectativas no mercado de iniciativas políticas na cúpula em Bruxelas em 28 e 29 de junho. Se a reunião não tiver sucesso, os dois países podem ficar ainda mais perto de precisarem de resgates soberanos.

Sem um resultado satisfatório, "haveria ataques especulativos progressivamente maiores a países específicos, com tormentos aos países mais fracos", disse Monti, em entrevista reproduzida em vários jornais europeus antes da reunião desta sexta-feira.

"Uma grande parte da Europa teria que continuar a tolerar taxas de juros bastante altas, o que impactaria nos Estados e indiretamente nas empresas. Isso é exatamente o oposto do que é necessário para crescimento econômico", completou Monti.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, prestes a pedir até 100 bilhões de euros em fundos de resgate da zona do euro para recapitalizar bancos, afirmou que os quatro concordaram em "usar qualquer mecanismo necessário para obter estabilidade financeira na zona do euro."

Uma auditoria divulgada na quinta-feira mostrou que os bancos espanhóis precisariam de até 62 bilhões de euros em capital extra para enfrentar as circunstâncias adversas.

(Reportagem adicional de Stephen Mangan em Londres)