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FMI deve reduzir estimativa de crescimento global, diz Lagarde

Lesley Wroughton

Da Reuters, de Washington

24/09/2012 14h13

O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve reduzir no próximo mês sua estimativa para o crescimento global, quando irá atualizar suas projeções, afirmou nesta segunda-feira (24) a diretora-gerente da entidade, Christine Lagarde.

"Nós continuamos a projetar uma recuperação gradual, mas o crescimento global deverá ser um pouco mais fraco do que esperávemos mesmo em julho, e nossa estimativa mostrou tendência de baixa nos últimos 12 meses", disse Lagarde em discurso preparatório para reuniões do FMI e do Banco Mundial em Tóquio entre 12 e 14 de outubro.

Incerteza

O maior fator que pesa sobre a economia mundial é a incerteza entre investidores sobre se as autoridades em economias avançadas irão cumprir suas promessas, completou Lagarde. Em julho, o FMI reduziu sua projeção de crescimento global para 2012 para 3,9%, mas deixou sua estimativa para 2012 inalterada em 3,5%.

Lagarde disse que as incertezas sobre a crise da dívida na zona do euro representam o maior risco para a economia mundial, mas que a possibilidade do chamado "abismo fiscal" nos Estados Unidos no próximo ano, com o vencimento de cortes tributários e reduções automáticas de gastos do governo também é um "sério" risco.

Ela disse haver agora também evidência de uma desaceleração nas economias emergentes, e "grande preocupação" em países pobres com a alta dos preços dos alimentos e os preços voláteis das commodities, assim como crescentes frustrações com transições no Oriente Médio.

Medidas coordenadas

Lagarde disse ainda que os mercados financeiros foram impulsionados por recentes decisões entre líderes europeus para lidar com a crise da zona do euro, e agora querem ver as medidas implementadas de maneira coordenada.

Ela mais uma vez incitou a Europa a adotar medidas na direção de uma união bancária. "Continuamos a acreditar que isso deve ser iniciado o mais rápido possível --para quebrar o círculo vicioso entre bancos e soberanos", disse ela.

Nos EUA, Lagarde pediu clareza política e ações para evitar o aperto abrupto da política fiscal no início do ano que vem, assim como um "plano concreto" para gradualmente reduzir a dívida.