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Venda de imóveis residenciais novos em SP no ano cai 44% e setor culpa Copa

Marcela Ayres

03/11/2014 08h16

SÃO PAULO (Reuters) - A queda na vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo diminuiu o ritmo em setembro, divulgou nesta segunda-feira (3) a entidade que representa o setor, Secovi-SP, apontando ver sinais de que a pior fase do mercado imobiliário já passou, mas ainda assim cortando previsões para o desempenho no ano.

No último mês, foram comercializadas 2.787 unidades na capital paulista, recuo de 5,6% em relação a setembro do ano passado, mas crescimento de 55,1% se comparado a agosto.

No acumulado do ano, foram vendidas 14.374 unidades residenciais novas, declínio de 43,8% ante igual período de 2013.

Segundo o Secovi-SP, o mercado neste ano foi negativamente influenciado pela Copa do Mundo, responsável por fazer de julho o pior mês para o setor em número de unidades comercializadas.

"Passado esse período, verificou-se reação nas vendas nos dois meses seguintes, trazendo o mercado a patamares mais normais", afirmou em comunicado o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.

Em setembro, os lançamentos residenciais, por sua vez, chegaram a 4.018 unidades, de acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), alta de 35,6% sobre um ano antes e de 90% sobre agosto.

Nos nove primeiros meses do ano, os lançamentos caíram 15,4%, a 18.367 unidades.

Segundo o Secovi-SP, o terceiro trimestre representou 37% do total das unidades vendidas e 39% dos lançamentos no ano, demonstrando retomada em relação aos trimestres anteriores.

O ímpeto, no entanto, não foi suficiente para fazer a entidade manter as projeções para o setor que havia traçado no início do ano, de estabilidade em volume de vendas e lançamentos em relação à 2013, quando ambos superaram a marca de 33 mil unidades.

O Secovi-SP estima agora que o mercado imobiliário deve encerrar 2014 com um total de 24 mil unidades comercializadas e 26 mil lançadas, "evidenciando elevação na quantidade de imóveis ofertados não vendidos na cidade de São Paulo".

"Com os parâmetros de construção mais restritivos estabelecidos pelo novo Plano Diretor Estratégico, é normal a cautela com novos lançamentos", afirmou o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, Emilio Kallas.

Para o presidente do sindicato, Claudio Bernardes, ainda é cedo para analisar o impacto da reeleição da presidente Dilma Rousseff para o setor.

"A presidente reeleita tem pela frente vários desafios, dentre os quais propostas relacionadas ao setor, principalmente no que tange questões como adequação dos parâmetros do programa Minha Casa, Minha Vida, novos recursos para o financiamento imobiliário e segurança jurídica, além de tantos outros", disse.