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Lucro da Oi no 3º tri é de R$ 5 milhões, 97% menor que um ano antes

Por Marcela Ayres
Imagem: Por Marcela Ayres

13/11/2014 08h18Atualizada em 10/12/2014 12h23

A operadora de telecomunicações Oi viu expressiva queda no lucro do terceiro trimestre, impactada pelo aumento das despesas financeiras em um período marcado por queda na receita operacional no Brasil e em Portugal.

Entre julho e setembro, o lucro líquido consolidado da companhia foi de R$ 5 milhões, com o resultado atribuído aos controladores somando R$ 7,6 milhões.

No mesmo período do ano passado, o lucro havia sido de R$ 172 milhões --ou seja, houve uma queda de 97%.

No segundo trimestre deste ano a empresa havia sofrido prejuízo de R$ 221 milhões.

O resultado, que leva em conta os números da Portugal Telecom SGPS, que passaram a ser consolidados no balanço da companhia a partir de maio, foi afetado por um aumento de 51,3% no resultado financeiro líquido negativo, a R$ 1,2 bilhão, diante de desvalorização cambial e avanço das despesas financeiras.

Impulsionada pela contribuição da operação portuguesa, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 3 bilhões no período, alta de 40,6% no ano-a-ano.

Na comparação pro-forma, porém, que inclui os dados de Portugal em igual período do ano passado, o Ebitda da Oi sofreu recuo de 1,5%, afetado pela queda na receita operacional líquida em seus dois principais mercados --Brasil e Portugal.

Nos três meses encerrados em setembro, a receita operacional líquida total do grupo somou R$ 8,8 bilhões.

No Brasil, somente, a receita total das operações caiu 5,1% sobre um ano antes, a R$ 6,7 bilhões, atingida, segundo a Oi, pela redução da receita de uso de rede, recuo nas tarifas de chamadas locais e de longa distância, diminuição na base de telefonia fixa e cenário macroeconômico menos favorável.

No segmento residencial brasileiro, as receitas somaram R$ 2,45 bilhões, declínio de 4,4% no ano-a-ano, enquanto na telefonia móvel a queda foi de 6,4%, a R$ 2,18 bilhões.

Já em Portugal, a receita líquida trimestral caiu 4,5%, a R$ 1,8 bilhão, sofrendo o impacto desfavorável do câmbio, mas também da menor demanda pelos serviços fixos e móveis.

A Oi fechou o trimestre com dívida líquida de R$ 47,8 bilhões, alta sobre os R$ 46,2 bilhões registrados ao fim do segundo trimestre, depois que a holding Rioforte deu calote em julho em empréstimo de cerca de 900 milhões de euros concedido pela Portugal Telecom.

Em meio ao processo de consolidação do setor no Brasil, a companhia tem dito que pode vender ativos portugueses para reduzir sua dívida. Em pouco mais de uma semana, a companhia revelou ter recebido proposta pelos ativos do grupo europeu Altice, de 7,025 bilhões de euros, e dos grupos de private equity Apax Partners e Bain Capital, de 7,075 bilhões de euros.

A Oi também busca obter recursos para fazer uma oferta pela rival TIM, tendo contratado o BTG Pactual em agosto para atuar como comissário no desenvolvimento de alternativas para viabilizar a proposta de aquisição.

(Por Marcela Ayres)