Varejo do Brasil volta a crescer em janeiro e acima do esperado
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As vendas varejistas do Brasil voltaram a crescer em janeiro e acima do esperado, puxadas pelos supermercados em um ambiente favorecido pela inflação e juros baixos que ajudam o consumo, indicando recuperação gradual da atividade.
Em janeiro, as vendas no varejo subiram 0,9% em relação ao mês anterior, dado mais forte desde junho de 2017, quando houve ganho de 1,1%, e acima da expectativa de alta de 0,6% em pesquisa da agência de notícias Reuters.
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Em dezembro, revisou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (13), as vendas encolheram 0,5%, contra queda de 1,5% informada antes.
"Há um incremento nas vendas e o comércio se mantém em trajetória ascendente. O ritmo das vendas ainda é gradual visto que nos últimos meses ele subiu e desceu com uma certa frequência. Mas a trajetória é positiva", resumiu a economista do IBGE Isabella Nunes.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 3,2%, melhor leitura para janeiro em quatro anos e acima da projeção de 2,5% no levantamento da Reuters.
Inflação baixa tem ajudado o comércio
O setor de varejo brasileiro vem se beneficiando do aumento da renda e da melhora do crédito, diante da contínua redução da taxa básica de juros em um ambiente de inflação fraca.
O IBGE informou que em janeiro o aumento das vendas foi generalizado entre as atividades pesquisadas, com destaque para o avanço mensal de 2,3% em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
Por trás disso está claramente crescimento da massa salarial e inflação baixa, especialmente para alimentos.
Isabella Nunes, economista do IBGE
Também foi relevante para o resultado a alta de 6,8% na comercialização de outros artigos de uso pessoal e doméstico.
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas recuaram 0,1% em janeiro sobre dezembro, com queda de 0,2% em material de construção mas ganhos de 3,8% em veículos e motos, partes e peças.
Dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) indicam que fevereiro a recuperação pode ter continuado, após a confiança do comércio brasileiro ter atingido no mês o nível mais alto em quase quatro anos.