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Grandes petroleiras disputam blocos em leilão no Brasil apesar de decisão do TCU

Alexandra Alper

29/03/2018 08h25

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Grandes petroleiras se reunirão nesta quinta-feira no Rio de Janeiro para disputar blocos exploratórios próximos ao polígono do pré-sal, mesmo depois de o TCU (Tribunal de Contas da União) ter excluído na véspera as duas principais áreas do certame.

Vinte empresas, incluindo Chevron, BP, Exxon Mobil, Shell, Statoil e Total, estão inscritas para o leilão que vai ofertar, sob regime de concessão, 68 blocos em bacias marítimas e terrestres.

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Grandes apostas eram esperadas por dois blocos na Bacia de Santos, que exigiam lances mínimos de R$ 1,65 bilhão e R$ 1,9 bilhão cada, ambos com potencial para pré-sal.

Mas em uma reviravolta, o TCU bloqueou a inclusão dessas áreas, argumentando que eles deveriam ser leiloados sob o modelo de partilha de produção, para criar mais valor para o Estado.

"Há blocos que serão atraentes para o setor, mas (o TCU) tirou o filé", disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que frisou que a arrecadação do governo seria fortemente afetada pela exclusão.

Os preços mais altos do petróleo aumentaram o apetite das grandes petroleiras por ativos em mar mais caros e de maior rendimento, embora alguns projetos ainda sejam considerados caros demais para serem viáveis.

15 blocos do pré-sal ofertados

Quinze blocos nas bacias de Campos e Santos, com potencial de pré-sal, serão ofertados.

Também serão ofertados blocos nas bacias marítimas do Ceará, Potiguar e Sergipe-Alagoas, bem como áreas nas bacias terrestres de Parnaíba e Paraná.

Na terça-feira (27), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a empresa participaria seletivamente do leilão, optando por formar consórcios com outras empresas para concorrer a blocos que exigem grandes investimentos.

Lances maiores que o habitual

Alguns esperam que os lances possam ser maiores do que o usual antes da eleição presidencial em outubro, que poderá levar ao poder um candidato que busca deter ou desacelerar o investimento privado no setor de petróleo do Brasil.

Mas, neste ano, pode haver mais oportunidades do que se pensava anteriormente para buscar participações no pré-sal brasileiro.

A reguladora ANP programou uma rodada do pré-sal sob regime de partilha para junho, que poderá ser seguida por um megaleilão do pré-sal na Bacia de Santos no segundo semestre, caso governo e Petrobras concluam uma disputa envolvendo as áreas.

O Ministério de Minas e Energia também disse na quarta-feira que buscaria leiloar no fim deste ano os dois blocos de Santos eliminados pelo TCU.

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