Banco Central Europeu deve manter plano e reduzir estímulo mesmo com crescimento fraco
Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deve manter sua política inalterada nesta quinta-feira, fazendo apenas mudanças de nuance em sua orientação de manter o curso e encerrar as compras de títulos neste ano e elevar os juros no segundo semestre do ano que vem.
Com a inflação se recuperando e o crescimento se nivelando a um ritmo relativamente saudável, o BCE tem removido suavemente o estímulo há meses, argumentando que riscos variando do protecionismo global ao Brexit não eram suficientes para interromper o sexto ano de crescimento.
De fato, o presidente do BCE, Mario Draghi, deve enfatizar que a expansão é sólida o suficiente para absorver capacidade ociosa e, portanto, gerar inflação, mesmo que leve anos até que os preços ao consumidor voltem à meta do banco de cerca de 2 por cento.
O BCE comprou mais de 2,5 trilhões de euros em dívidas nos últimos quatro anos, reduzindo custos de financiamento e aumentando o crescimento econômico depois de uma recessão que quase levou ao fim do bloco de 19 países que usam a moeda única.
"O BCE vai provavelmente se interessar em passar uma mensagem de confiança no meio de toda a incerteza", disse o Bank of America Merrill Lynch em um comunicado.
"Dificilmente eles podem negar que o fluxo de indicadores vem desafiando o cenário básico. Mas enfatizar que os riscos cresceram em vez de reduzir as previsões de forma significativa pode ser a cartilha, por agora", disse.
"O afrouxamento quantitativo precisa terminar no fim deste ano, até por razões políticas. Consequentemente, para que a mensagem seja consistente, a perspectiva precisa continuar ok", acrescentou o Bofa.
O BCE vai anunciar sua decisão às 8h45 (horário de Brasília), antes de uma entrevista coletiva de Draghi às 9h30, durante a qual também serão divulgadas projeções econômicas trimestrais.
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