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Dólar recua ante real após dados mistos sobre PIB dos Estados Unidos

26/04/2019 11h03

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava ante o real nesta sexta-feira, acompanhando o exterior, onde a divisa norte-americana perdia força depois de abertura dos dados do PIB do país indicar atividade mais lenta, enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não há motivos estruturais para a cotação superar os 4 reais.

"Acho que não (razões estruturais para superar 4 reais). Acho que o Brasil está conduzindo bem suas reformas", disse Guedes a jornalistas no Rio de Janeiro.

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As declarações foram feitas apenas um dia depois de o diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, afirmar que a autoridade monetária não tem "preconceitos" em relação ao uso de qualquer instrumento cambial e dar destaque à possibilidade da oferta de linhas em meio à alta do dólar para a casa dos 4 reais.

ÀS 12h41, o dólar caía 0,77 por cento, a 3,9255 reais.

No pregão anterior, a divisa norte-americana caiu 0,76 por cento, a 3,9561 reais na venda, depois de chegar a superar os 4 reais.

O dólar futuro caía cerca de 0,7 por cento, a 3,9240 reais.

O PIB dos Estados Unidos cresceu 3,2 por cento no primeiro trimestre do ano, um avanço mais forte que o esperado, segundo dados divulgados pelo Departamento do Comércio nesta sexta-feira.

Mas resultados mais fracos em outras variáveis, como gastos do consumidor, se sobrepuseram ao crescimento do PIB e levaram o dólar a reverter ganhos e operar em queda sobre o real, após ter subido brevemente em seguida da divulgação.

Por volta das 11h, o dólar recuava cerca de 0,2 por cento ante uma cesta de moedas.

Passada a primeira percepção, o mercado digeria que o crescimento foi impulsionado por comércio e por um acúmulo acentuado de bens não vendidos, fatores temporários que devem ser revertidos nos próximos trimestres.

Outro ponto que, segundo agentes financeiros, justifica a não-sustentação do dólar foi a desaceleração no crescimento dos gastos do consumidor, que avançou a 1,2 por cento, vindo de uma taxa de 2,5 por cento no quarto trimestre.

"Apesar do número (do PIB) ter vindo bem acima do esperado, tem essa questão do consumo. O consumo é um dos principais itens do PIB dos EUA e ele deu uma desacelerada quando comparado com o quarto trimestre", disse Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, acrescentando que o consumo é uma das variáveis mais acompanhadas pelo Federal Reserve.

No panorama doméstico, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou que não há mudança iminente na condução da política monetária, em linha com as expectativas de participantes do mercado.

"Vamos passar por um período de volatilidade quando a reforma da Previdência começar a tramitar mesmo na comissão especial. Tem o que é o curso natural da moeda e há movimentos pontuais que exigem intervenção do BC, o que não parece ser o caso no momento", explicou a economista.

O BC seguiu nesta sexta-feira com rolagens dos swaps vincendos no início de maio, com venda integral dos 5.350 contratos disponibilizados. Em 19 leilões neste mês, o BC já vendeu 5,083 bilhões de dólares nesses ativos. O lote a expirar em 2 de maio é de 5,343 bilhões de dólares.

(Por Laís Martins)

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