Comitê de credores da Argentina diz que sua proposta é sustentável e alerta para custo de default
BUENOS AIRES (Reuters) - Um importante grupo de credores da Argentina disse nesta terça-feira que sua proposta de reestruturação está alinhada com uma avaliação do FMI sobre o que seria sustentável, e pediu que seja alcançado um acordo para evitar que o país fique preso em um default caro.
O Comitê de Credores da Argentina, um dos três grupos de detentores de títulos envolvidos em negociações para reformular a dívida externa de 65 bilhões de dólares do país, disse que sua proposta fornecerá 35 bilhões de dólares em títulos elegíveis e 70 bilhões de dólares em alívio geral da dívida externa.
A Argentina e seus credores trocaram contrapropostas para reestruturar a dívida, aproximando-se de um acordo, apesar de ambos os lados indicarem que ainda existe uma lacuna significativa a ser superada para que um pacto abrangente seja alcançado.
O grupo disse que sua proposta exigiria que a Argentina faça um "modesto esforço fiscal anual" de 0,2% do PIB. Os credores não deram mais detalhes da proposta.
"Chegar a um acordo nesses termos seria muito menos custoso para a economia argentina e seu povo do que permanecer no estado atual de inadimplência", disse em comunicado o Comitê de Credores, que inclui a Greylock Capital, fundos mútuos, escritórios familiares, seguradoras e gestoras de ativos.
A Argentina refistrou seu nono default soberano após perder uma prorrogação do prazo para pagamento de juros de 22 de maio.
A produtora de grãos disse na segunda-feira que gostaria de "adoçar" a oferta anteriormente apresentada aos credores para reestruturação da dívida, apesar de haver apenas uma "pequena margem" para mudar a proposta.
O país estendeu até 12 de junho um prazo para os investidores aceitarem um acordo, com os principais grupos de credores lançando suas próprias contraofertas ao governo.
O Fundo Monetário Internacional apoiou a oferta da Argentina aos credores e alertou na segunda-feira que há pouco espaço para melhorar a oferta se o país quiser permanecer em um caminho sustentável de gestão da dívida.
(Por Cassandra Garrison)
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