IGP-M cai mais que o esperado em abril e tem 1ª deflação em 12 meses desde 2018
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) recuou mais do que o esperado em abril e passou a apresentar queda de 2,17% em 12 meses, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (27).
O que aconteceu
É a primeira vez desde fevereiro de 2018 que a taxa em 12 meses fica negativa.
No mês de abril, o indicador teve queda de 0,95%. O recuo veio após ter registrado variação positiva de 0,05% no mês anterior, e contra recuo de 0,74% esperado em pesquisa da Reuters.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, apresentou deflação de 1,45% no mês. "Os preços de importantes commodities para o setor produtivo seguem em queda. Soja (-9,34%), milho (-4,33%) e minério de ferro (-4,41%) abrem espaço para descompressão dos custos de importantes segmentos varejistas favorecendo a chegada desses efeitos nos preços ao consumidor", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta a 0,46% em abril. Apesar da desaceleração, Braz destacou que os preços ao consumidor seguem pressionados pelos reajustes de preços administrados, como gasolina (2,39%), energia (1,31%) e medicamentos (2,02%). "Além disso, os serviços livres também persistem com inflação em elevado patamar. Entre os itens deste segmento, vale destacar o aluguel residencial com alta de 1,31% em abril", completou ele.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir no período 0,23%, depois de alta de 0,18% em março.
O que é o IGP-M. Também chamado de inflação do aluguel, por ser a referência mais usada para reajuste de contratos de locação, o índice calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
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