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Piora recente no câmbio é explicada principalmente pelo cenário externo, diz Galípolo

Gabriel Galípolo, secretário executivo do ministério da fazenda, durante evento de comemoração do dia da indústria, realizado na sede da FIESP Imagem: 25.mai.2023 - André Ribeiro/Estadão Conteúdo

Bernardo Caram;

01/09/2023 12h45Atualizada em 01/09/2023 13h55

A piora observada na performance do real nas últimas semanas é explicada majoritariamente pelo ambiente internacional, avaliou nesta sexta-feira o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendendo parcimônia em decisões relacionadas à atuação no câmbio.

"Na minha visão, a piora que ocorreu nas últimas semanas é explicada majoritariamente pelo cenário internacional", disse Galípolo em evento promovido pela XP. "A moeda ainda se comportou bem no saldo do ano, teve um processo de valorização."

Galípolo afirmou que o BC do México cortou quase pela metade suas posições de hedge de câmbio, argumentando que o Brasil iniciou recentemente o ciclo de flexibilização de juros e que a boa prática não recomenda mexer em muitos instrumentos ao mesmo tempo.

"A ideia da parcimônia, da serenidade, se vê na política monetária como um todo, é melhor a gente ir assistindo como cada uma das variáveis envolvidas está se comportando e reagindo", afirmou.

Na avaliação do diretor do BC, ter os Estados Unidos pagando 5,5% ou 6% em remuneração de títulos "não é um cenário muito tranquilo para países emergentes" e será necessário analisar "o quanto isso vai permitir ou restringir a política monetária" no Brasil.

Para ele, o fator dos juros nos Estados Unidos dominou o comportamento do mercado brasileiro nas últimas semanas, mais do que os fatores domésticos, apesar de um "descolamento" dos ativos brasileiros nos últimos dias, sob impacto de temores fiscais.

Galípolo destacou que a questão das contas públicas terá relevância na reancoragem das expectativas para a inflação. Ele afirmou que a equipe econômica do governo vem reafirmando posição em defesa do novo arcabouço fiscal e que a decisão da equipe econômica de não abrir mão da meta fiscal zero em 2024 foi bem recebida pelo mercado.

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