Ibovespa opera em compasso de espera por decisões de política monetária
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa operava perto da estabilidade nos primeiros negócios desta terça-feira, com investidores à espera das decisões de juros pelo Brasil e Estados Unidos na quarta-feira e negócios pressionados por recuos das principais blue chips.
Às 10h54, o índice exibia queda de 0,66%, a 134.225,27 pontos, depois de ter encerrado na véspera em alta discreta de 0,18%. O volume de negócios era de cerca de 2,5 bilhões de reais.
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As principais ações do Ibovespa exibiam queda, com destaque para recuos de Petrobras ON e PN, da Vale e de bancos.
O dólar também rondava a estabilidade frente ao real nesta terça-feira, quando a relativa força da moeda no exterior era compensada pela expectativa de aumento no diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos após as decisões do Federal Reserve e do Banco Central na quarta-feira.
Mais cedo, o Departamento do Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo cresceram 0,1% em agosto na base mensal, acima da expectativa de analistas consultados pela Reuters de queda de 0,2%. Enquanto isso, a produção industrial dos EUA veio bem acima do esperado, mostrando alta de 0,8% em agosto ante julho ante expectativa média de economistas de avanço de 0,2%, segundo pesquisa da Reuters.
O dados reduziam temores sobre uma eventual fraqueza da economia norte-americana que possa dar margem para o Fed fazer um corte agressivo nos juros a partir da reunião deste mês.
No Brasil, na noite da véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que eventos extraordinários devem ser tratados de "forma segregada", citando como exemplo as queimadas em vários pontos do país, e que despesas para lidar com eles não violam o espírito do arcabouço fiscal.
"Os contratos de juros futuros subiram em todos os vencimentos com intensidade mais forte na ponta longa, dadas as preocupações com o fiscal, depois da decisão do ministro do STF Flavio Dino que autorizou o governo a emitir crédito extraordinário para ajudar o governo a conter os efeitos das queimadas", disse o analista Kleber Detoni de Lima, da Necton, em relatório nesta manhã.
DESTAQUES
PETROBRAS PN recuava 0,9%, a 36,88 reais, enquanto o papel ON perdia 1,1%, a 40,32 reais, apesar dos preços do petróleo nos EUA e Brent indicarem alta.
VALE recuava 0,39%, a 58,24 reais. Na véspera, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a empresa, BHP e Samarco poderão fechar um acordo global de reparação e compensação pelo rompimento de barragem em Mariana (MG) que envolveria pagamentos totais de 167 bilhões de reais, incluindo dinheiro novo, obras a cargo das mineradoras e pagamentos já realizados.
JBS ON subia 2,5%, a 34,41 reais, após a divulgação na noite da véspera das previsões da companhia para 2024. A companhia estimou Ebitda ajustado de até 36,2 bilhões de reais este ano, e uma receita líquida de cerca de 409,4 bilhões de reais.
ELETROBRAS ON perdia 1,1%, a 41,55 reais. A companhia aprovou a captação de até 5,4 bilhões de reais por meio de emissões de debêntures a serem realizadas pela Eletrobras e suas subsidiárias.
ITAÚ UNIBANCO ON mostrava baixa de 0,65%, a 37,74 reais, sendo acompanhada por outros grandes bancos. BRADESCO ON, recuava 1,17%, BANCO DO BRASIL ON tinha queda de 0,91% e SANTANDER BRASIL UNIT se desvalorizava em 0,82%.
(Por Alberto Alerigi Jr.)