Carrefour afirma não ter plano hostil ante o Casino

SÃO PAULO - O Carrefour afirmou nesta terça-feira não ter qualquer plano hostil com relação ao Casino, sócio do Pão de Açúcar. O comunicado do grupo francês divulgado hoje é uma resposta ao rival que, em nota divulgada ontem, afirmou que o Carrefour e membros do conselho podem ser responsabilizados por aceitar "uma transação hostil que decorre de negociações ilegais".

No comunicado, o Carrefour afirmou "não ter intenções hostis ante o Casino; a Gama submeteu sua proposta simultaneamente para o Carrefour e para o Pão de Açúcar e a transação proposta está sujeita à aprovação do Pão de Açúcar". E completou: "não é incumbência do Carrefour comentar as decisões internas do grupo Pão de Açúcar".

Ainda de acordo com a nota, o Carrefour afirmou que o conselho da Wilkes (holding que controla o Pão de Açúcar) "não detém, a nosso conhecimento, qualquer disposição que proíba discussões ou negociações". E continua: "até hoje, o Casino não fez referência a nenhuma cláusula específica para apoiar as suas afirmações".
Na segunda-feira, membros do Carrefour aprovaram o plano de associação de suas operações brasileiras com o Pão de Açúcar, empresa na qual o Casino faz parte do grupo de controle.

O Casino não é o único a contestar as negociações sobre a fusão da varejista brasileira com o Carrefour. A Déminor France, consultoria especializada na defesa de acionistas minoritários na França, enviou ontem uma carta à Autoridade dos Mercados Financeiros (AMF, equivalente à CVM brasileira) criticando o Carrefour por ter "dissimulado" aos seus investidores informações sobre a operação altamente estratégica para o grupo.

(Viviane Maia/Valor)