Gastos com habitação e saúde sobem menos e ajudam inflação de idosos
RIO - Os gastos da terceira idade com habitação e saúde, que representam 45% do orçamento das famílias com integrantes com mais de 60 anos, desaceleraram no terceiro trimestre deste ano e causaram um aumento menor do Índice de preços ao Consumidor da terceira Idade (IPC-3i), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador cresceu 0,91% no terceiro trimestre, abaixo do 1,3% registrado no segundo trimestre de 2011.
Segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV André Braz, os gastos com habitação, que representam 30% do orçamento das famílias com idosos, cresceram 1,25%. O número é inferior ao crescimento de 1,71% registrado no segundo trimestre.
"Os serviços influenciados por tarifas públicas, como água, energia e condomínio tem peso maior nas famílias com integrantes idosos, já que eles tendem a ficar mais tempo em casa", observa Braz.
Os gastos com água cresceram 2,94% no último trimestre, abaixo dos 3,65% registrados no trimestre anterior. A energia também desacelerou de 2,56% para 0,48%, no mesmo período, e o condomínio, de 1,66% para 1,38%. Estas três despesas comprometem 9,5% do orçamento destas famílias.
Já em relação à saúde, que representa 15% do orçamento das famílias com idosos, houve alta de 1,19% no terceiro trimestre. No segundo trimestre, a alta havia sido de 2,37%. A maior influência para esta desaceleração, segundo Braz, veio dos medicamentos, com queda de 0,13% no último trimestre, contra uma alta de 3,58% registrada no trimestre anterior.
"Nos medicamentos houve uma queda importante, de 0,67%, dos remédios vaso dilatadores, para doenças cardiovasculares, e queda de 0,93% dos calmantes", afirmou Braz.
Outros grupos também ajudaram na desaceleração. Segundo Braz, o grupo transportes desacelerou de 1,17% no segundo trimestre para 0,63%, no terceiro, influenciados pela desaceleração do táxi, que variou de 2,67% para 0,16%, no período. O grupo educação, leitura e recreação foi de uma alta de 2,33% no trimestre anterior para queda de 0,27% no último trimestre.
A desaceleração poderia ter sido ainda maior se não fosse o grupo alimentação, que representa 30% do orçamento das famílias com idosos. Dos 20 itens pesquisados, 17 sofreram alta.
Braz explicou que a inflação do indicador foi pouco influenciada por produtos voláteis. Dessa forma, o núcleo da inflação - que exclui a variação de preços de frutas, legumes e hortaliças - registrou alta de 1,21%. "O número é superior à inflação do indicador, dessa forma, vemos que é uma inflação em processo permanente", declarou Braz.
O economista destacou que o IPC-3i vem apresentando desaceleração desde o quarto trimestre de 2010, quando o índice teve alta de 2,46%. "O indicador cresceu 2,18% no primeiro trimestre deste ano, depois teve alta de 1,30% no segundo trimestre e, agora, 0,91%", afirmou. De acordo com Braz, a expectativa é que o indicador acelere no próximo trimestre.
(Marta Nogueira/Valor)
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