IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Dilma defende mudar qualidade da educação para melhorar país

07/08/2013 14h40

Diante da expectativa de a Câmara terminar de votar o projeto de lei que prevê o uso dos royalties do petróleo para a educação, a presidente Dilma Rousseff afirmou que as manifestações de junho deverão ajudar a pressionar os parlamentares a aprovar a iniciativa.

Em um discurso na inauguração do campus avançado em Varginha da Universidade Federal de Alfenas, no sul de Minas Gerais, Dilma voltou a defender a aprovação do texto, que inicialmente, previa 100% dos recursos para a educação e que após alterado pelos parlamentares estabelece que 25% sejam destinados à saúde e 75% à educação.

"Por isso eu peço mais uma vez a atenção dos senhores para esse momento especial que é de aprovação do pré-sal e do pós-sal dos recursos do petróleo para a educação. A gente avança se agente tiver recursos suficientes", disse a presidente. "Daí porque estamos nesse momento que é especial. Algumas coisas às vezes vêm para o bem. E veio [sic] para bem essas manifestações no sentido de agregar, por exemplo, nesse processo".

Em seu discurso, Dilma falou da importância de o país ter mais recursos para melhorar a qualidade d a educação e disse que um dos pontos cruciais para o avanço é pagar melhores salários aos professores.

A presidente disse que, apesar do aumento de universidades federais durante os governos Lula e no seu (são 63 hoje ante 45 em 2002) e do plano de chegar a 321 campi até o fim do ano que vem (ante os 148 de 2002), tem "absoluta certeza" que muito falta por fazer. "Tanto tenho essa certeza que quando nós contemplamos a possibilidade de fato chegar a gastar os 10% do produto interno bruto [em educação], nós tomamos uma medida. No Brasil tem algumas coisas que são engraçadas, o pessoal quer aumentar o gasto, mas não diz onde está o dinheiro", disse. "A grande fonte de recurso para a educação no nosso país é a maior receita que esse país tem para utilizar e comercializar agora, que é o petróleo, tanto do pós-sal quanto do pré-sal", afirmou.

"Nós só podemos ser de fato um país desenvolvido não só se o nosso PIB crescer", disse ela, dizendo que isso também pesa. "Mas é, sobretudo, se mudarmos radicalmente a qualidade da educação". E por isso, acrescentou, o governo defende os royalties do petróleo na educação".

A presidente citou como potencial fonte de recursos para a área o campo de petróleo de Libra, cujo processo de licitação está marcado para ocorrer em 21 de outubro. A área tem entre 8 bilhões a 12 bilhões de barris recuperáveis de petróleo. O que significa, comparou Dilma, "que vamos ter num campo de petróleo o equivalente a 100 anos de toda a exploração de petróleo da nossa história"

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também entrou no assunto ao dizer, antes da presidente, que o governo já havia perdido duas votações e que a aposta é que o texto mesmo alterado seja agora aprovado.

Ao falar das manifestações de junho, Dilma retomou um ponto de vista que vem sendo repetido pelo governo e pelo PT de que os protestos são uma consequência do que chamou de grandes transformações pelas quais o Brasil passou nos últimos dez anos de governo petista.

"Aqui no Brasil se luta por mais direitos. Na Europa, se luta contra desemprego e por direitos perdidos, em outros por maior democracia. Em outros, se luta contra crise do sistema financeiro, como é o caso do ocupe Wall Street. Aqui nós lutamos para ampliar e fazer avançar conquistas que tivemos nos últimos dez anos".

A ministra veio a Varginha acompanhada dos ministros de Agricultura, Antonio Andrade (PMDB), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT) - pré-candidato ao governo de Minas em 2014 -, e da Educação, Aloizio Mercadante (PT).