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Dólar fecha em queda com expectativa de vitória de Hillary Clinton

07/11/2016 17h45

O dólar fechou em queda frente ao real, acompanhando o movimento de desvalorização da moeda americana no exterior diante de uma redução do temor com o resultado da eleição presidencial americana, cuja votação ocorre amanhã e o resultado deverá ser conhecido na quarta-feira.

O bom humor dos mercados é impulsionado pela expectativa de vitória da candidata democrata Hillary Clinton na eleição presidencial americana, que ganhou força após o FBI ter reiterado que não há motivos para acusá-la no caso do uso de e-mails privados contendo informações de conteúdo nacional. A notícia ameniza temores de vitória do candidato republicano, Donald Trump, que para os mercados poderia trazer incertezas, abater a confiança e prejudicar a economia.

No mercado local, o dólar comercial caiu 0,83% para R$ 3,2046. Já o contrato futuro para dezembro recuava 0,98% para R$ 3,227.

Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, uma vitória de Hillary poderia abrir espaço para uma valorização do real, mas a alta da moeda brasileira seria limitada pela expectativa com a alta da taxa básica americana no fim do ano, o que dificultaria o câmbio romper o piso de R$ 3,10. "A expectativa é de que o Fed suba a taxa básica em dezembro com a confirmação de uma vitória de Hillary. O foco depois passa a ser o ano que vem, especialmente com a economia americana dando sinais de melhora", afirma.

Já uma vitória de Trump, segundo Rostagno, poderia levar o Federal Reserve a adiar a alta de juros nos Estados Unidos, uma vez que a apreciação do dólar traz um efeito baixista para a inflação. No entanto, isso aumentaria a aversão a risco nos mercados e levaria ao fortalecimento global do dólar, com o câmbio podendo voltar rapidamente para R$ 3,40 no mercado local.

O Valor informa hoje que o governo brasileiro não chegou a fazer plano de contingência em caso de surpresa com uma vitória de Donald Trump nos EUA. Por outro lado, uma alta fonte do governo lembra que o Banco Central possui reservas cambiais suficientes para lidar com possíveis eventos, seja fazendo leilões de linhas de crédito ou retomando as operações de swap cambial tradicional (venda de dólar no mercado futuro).

O Banco Central vendeu hoje mais 5 mil contratos de swap cambial reverso, cuja operação equivale a uma compra de US$ 250 milhões no mercado futuro.