Se de um lado quem investe no COE tem uma proteção que "trava" as perdas e não corrói o patrimônio aplicado, também tem os ganhos limitados, segundo o que for contratado.
Mesmo que os ativos em renda variável —como ações ou commodities— rendam mais do que está definido no COE, não será pago ao investidor nada acima do teto. Se o contrato diz que o teto de rentabilidade é de até 15%, e as commodities subirem durante a validade do contrato 16%, essa diferença não é repassada ao dono do capital.
Os prós
O COE é uma alternativa ao investidor de, mesmo com pouco recurso, ter acesso a produtos financeiros mais sofisticados e diversificados, como as ações negociadas no exterior ou índices americanos. Outra vantagem é a proteção do patrimônio em caso de sobressaltos no mercado financeiro.
"Como o COE permite ter estruturas de capital protegido, o investidor pode não colher o leite, mas não mata a vaca", disse Sérgio Franco, head de Produtos de Renda Variável da Órama.
Já Musa, da Acqua Investimentos, lembra que existe um modelo de COE, chamado de bidirecional, que permite a possibilidade de ganho não apenas quando o ativo sobe, mas também na sua baixa.
Os contras
O investidor, no entanto, deve ponderar algumas características. Quem tenta sair do COE antes do seu vencimento pode não conseguir um bom preço e ter de negociar com deságio, por isso o certificado tem de ser tratado como um investimento de longo prazo.
A tabela do Imposto de Renda é regressiva, portanto, só há vantagem tributária, com o pagamento de alíquota mínima de 17,5% no período de 361 a 720 dias. Se o saque for em até 180 dias, vale a alíquota cheia de 22,5%.
O limite de ganho máximo pode frustrar o investidor se o ativo em renda variável atrelado ao seu COE tiver um desempenho muito bom.
Por último, o COE não está sob o guarda-chuva do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante o ressarcimento ao investimento de até R$ 250 mil em caso de quebra da instituição financeira emissora.
Sem comparação
Segundo Thaís Maiochi de Oliveira, sócia da CMS Invest, por causa das suas características —cada certificado é estruturado de forma diferente pelo banco emissor— não é possível dizer quanto o COE rendeu nos últimos 12 meses, por exemplo, e o seu comportamento em relação ao Ibovespa.