Brasil escapa da recessão

PIB cresce mais que o esperado, mas ainda falta muito; veja o que foi bem, o que foi mal e o que esperar

Do UOL, em São Paulo Getty Images/iStockphoto
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O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre foi melhor que o esperado e afastou o risco de o país entrar em uma recessão técnica, quando são registradas duas quedas consecutivas em relação ao trimestre anterior.

Porém, o desempenho da economia continua fraco, o que reforça as previsões de que o país vai crescer menos de 1% em 2019, emendando o terceiro ano seguido de baixo crescimento.

O Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre anterior, e 1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No primeiro trimestre, a economia encolheu 0,1%.

Veja a seguir o que foi bem e o que foi mal no segundo trimestre, quais os motivos e o que esperar para os próximos meses.

Setores

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Indústria

Cresceu 0,7% em relação ao 1º trimestre, impulsionada pelas indústrias de transformação (2%) e construção (1,9%). Na comparação com 2018, cresceu 0,3%. Destaque para eletricidade e gás, água e esgoto, com o efeito das bandeiras tarifárias

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Serviços

O setor cresceu 0,3% em relação ao 1º trimestre, com ajuda das atividades imobiliárias (0,7%) e comércio (0,7%). Em relação a 2018, cresceu 1,2%, com destaque para serviços de informação e comunicação (3%) e atividades imobiliárias (2,7%)

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Mauro Zafalon/Folhapress

Agropecuária

Na contramão, a agropecuária encolheu 0,4% na comparação com o 1º trimestre. Já em relação a 2018, cresceu 0,4%, puxada pelas lavouras de algodão e milho, que tiveram crescimento na estimativa de produção anual de 32,5% e 21,4%, respectivamente

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As surpresas

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Construção reage

O setor de construção deu sinais de recuperação, com alta de 2% em relação a 2018. É o primeiro resultado positivo após 20 trimestres (cinco anos) seguidos de queda, segundo este critério. Em comparação com o 1º trimestre de 2019, cresceu 1,9%

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Roberio Fernandes - 14.fev.2019/Futura Press/Estadão Conteúdo

Mineração tomba

A indústria extrativista teve um tombo histórico, com a extração de minério de ferro sofrendo os efeitos da tragédia em Brumadinho (MG). O setor encolheu 3,8% em relação ao 1º trimestre e 9,4% na comparação com 2018, maior queda já registrado pela atual pesquisa

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Folhapress

Investimentos voltam a subir

Após dois trimestres de queda, os investimentos voltaram a crescer, com alta de 3,2% em relação ao 1º trimestre e de 5,2% em relação a 2018. Essa recuperação é vista como principal caminho para a retomada do crescimento da economia brasileira

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Consumo segue crescendo

O consumo das famílias cresceu 0,3% em relação ao 1º trimestre e 1,6% em relação a 2018. Com desemprego em alta e confiança em baixa, o ritmo de crescimento foi menor que nos trimestres anteriores, mas ainda continua ajudando a economia como um todo

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Getty Images/iStockphoto/ Popartic

O que esperar

Ainda que o resultado do PIB tenha vindo acima da projeções, o Brasil não se livrou da perspectiva de permanecer em hibernação também em 2019, repetindo o padrão dos dois anos anteriores, afirma José Paulo Kupfer, colunista do UOL.

Segundo ele, as chances de uma retomada mais forte no segundo semestre são (bem) pequenas —para não dizer nulas. As indicações são de que julho e agosto não foram meses de atividade mais acelerada, e é até possível que a economia encolha no terceiro trimestre.

Para os milhões de desempregados no Brasil, a boa notícia pode demorar ainda a chegar.

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O estado de "quase recessão" no qual a economia deverá se manter em 2019 não abre os espaços necessários para destravar o desemprego e o subemprego. A válvula de escape do mercado de trabalho continua concentrada no segmento informal.

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José Paulo Kupfer, Colunista do UOL

Para Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais da FGV (Fundação Getulio Vargas), são insuficientes as medidas de estímulo ao consumo anunciadas pelo governo no primeiro semestre, como a liberação de saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do PIS/Pasep. Os saques começam apenas no segundo semestre.

O economista defende uma política pública de gastos que movimente a construção civil para estimular a geração de empregos e provocar um círculo virtuoso de crescimento.

Aumenta um pouquinho o desempenho dos bens de consumo, mas [o avanço] morre logo depois, vira voo de galinha

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Claudio Considera, Coordenador do Núcleo de Contas Nacionais da FGV

O que é o PIB e como é calculado

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