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Melhore seu desempenho ao escapar das manipulações da crise

Marco Roza

Colunista do UOL

17/06/2015 06h00

É comum os manuais de autoajuda estimularem os aprendizes de criatividade a pensar fora do quadrado. Existem até desenhos de ligar os nove pontos, sem tirar o lápis da página. E só se consegue ligar os nove pontos saindo do quadrado.

Tudo muito bonito e estimulante, que nos serve apenas de metáfora para nos ajudar a superar o atual momento de crise econômica que atravessamos se, em vez de desenhar fora do quadrado, formos capazes de agir fora das manipulações que o ambiente de crise nos induz.

Inspirado nos manuais de autoajuda sugiro, a seguir, cinco dicas para manter nossas empresas funcionando abaixo da depressão gerencial:

1. Dê ouvidos à alma infantil

Aprenda a ler, ouvir ou assistir o noticiário com seu lado infantil antenado para entender sempre quais as verdadeiras intenções dos produtores daquela notícia. Da mesma maneira que você embala bem suas mercadorias para seduzir os clientes, sabe-se que notícia boa nem sempre retém a atenção do público.

Você, com sua alma infantil perceberá as doses de maldades embutidas nas notícias-bullying e, aproveitará as oportunidades que a má notícia criou em deprimir seus concorrentes e abrirá, todos os dias, seu negócio com a alma repleta de boas novas.

2. Não vista a carapuça da crise

Você e sua empresa são importantes, mas apenas para você, sua família e olhe lá. Portanto, tenha certeza absoluta: o conteúdo do noticiário, positivo ou negativo, não é produzido pensando na sua empresa.

Os profissionais de imprensa imaginam um público médio para o qual vendem pequenas catástrofes diárias para disputar a audiência com as emissoras, rádios e jornais concorrentes. Não vista, portanto, a carapuça da crise.

3. Lide com as novas prioridades dos clientes

Mantenha-se atento aos novos humores e emoções que o ambiente de crise impõe às pessoas. Você descobrirá, por exemplo, que os tempos bicudos obrigam seus clientes a reagendar suas vontades. Com novas prioridades, eles vão precisar de muito mais atenção e compreensão de sua parte e de seus colaboradores para se decidirem por seus produtos e/ou serviços.

Invista, portanto, em bom humor, em serenidade e paciência para contagiar seus clientes com a mensagem subliminar: somos todos mais fortes que a crise.

4. Saiba ocupar o espaço que os pessimistas deixaram

Fique antenado com as oportunidades que os pessimistas de plantão, geralmente as primeiras vítimas dos noticiários sobre a crise, jogam no seu colo.

Sempre haverá um concorrente deprimido que desistirá de um nicho de mercado semelhante ao seu, ou que abandonará um fornecedor que estava no seu radar, mas que ainda era inacessível por uma razão ou outra. Aproveite e negocie novos acordos a favor de sua empresa.

5. Reavalie custos, mas não abra mão de pessoas 

Aprenda a conduzir sua empresa sempre abaixo do radar da crise. Isso exigirá troca de ideias permanente com seus fornecedores e pessoal de apoio, para somar excelente atendimento às mercadorias que vende ou aos serviços que presta, com o objetivo explícito de renovar a sedução dos seus clientes, novos e antigos.

Aproveite para reavaliar todos os seus custos fixos e tome o cuidado para não abrir mão dos colaboradores que o ajudarão a convencer sua clientela que sua empresa respeita as pessoas e que tem a certeza que só através delas conseguirá superar a atual crise.