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Use a crise para contratar os talentos criativos devolvidos ao mercado

Marco Roza

Colunista do UOL

05/08/2015 06h00

Se você não entrar em pânico nestes tempos de crise e gerenciar seus projetos de olhos bem abertos vai poder convergir para seus negócios as sobras de talentos que sempre acontecem nas crises.

Nos tempos de crises, reais ou imaginárias, é super comum o descarte de talentos. Porque muitas empresas vinculam seus profissionais criativos a valores monetários. E acreditam, bestamente, que podem eliminá-los nos momentos que consideram difíceis, quando seria imprescindível manter  gente com inventividade para ajudar a empresa a superar os tempos de vacas magras.

Mas talento profissional descartado é talento vivo, ansioso por ser reconhecido, pronto para agregar novas visões aos seus projetos.

O único problema, além de percebê-los, é se preparar para assimilá-los na corrente produtiva de seu empreendimento. Porque o relacionamento com profissionais talentosos exige sensibilidade, imensa capacidade de ouvir e respeito aos seus pontos de vista. É preciso também entender seus códigos que são, por sua própria condição, diferenciados da linguagem corporativa usual.

Ao conseguir atrair a atenção de um profissional criativo descartado pelo mercado, não espere uma pessoa humilhada, submissa, puxa saco. Ao contrário, você encontrará homens e mulheres conscientes de sua capacidade profissional, que defendem seus pontos de vista com elegância e firmeza.

Gente que olha para sua empresa como um todo e que o veem e o respeitam como um gestor mas que se igualam a você na preocupação de buscar resultados a curto prazo.

Se você souber tratar esses talentos descartados nas crises como associados, discutir e aprofundar seus pontos de vista, na busca de cenários que o ajudem a ter uma visão ampliada e inovadora de seu negócio, o investimento de os tê-los na sua empresa retornará a curto e médio prazos.

Mas não se iluda. Porque não basta se decidir a contratar talentos descartados. É preciso que você, como gestor, assuma também uma postura extremamente criativa. Que aprenda a apostar nos riscos gerenciais de colocar em prática projetos nos quais tem apenas o controle parcial, já que terá que dividir decisões, monitoramento e validações com seus novos associados.

Isso confirmará sua empresa como inovadora a posteriori, quando conseguir superar a atual crise (real ou imaginária) e juntos com seus novos sócios inaugurar um novo estágio nos seus negócios.