UOL News Economia #2: Como pagar suas dívidas e começar a investir
Colaboração para o UOL, em São Paulo
13/10/2021 22h09
A proporção de brasileiros endividados está em alta em 2021, com sete em cada dez pessoas com dívidas ou contas em atraso. Por mais que pareça difícil no começo, é possível sair do vermelho com planejamento financeiro e então começar a investir. Este é o tema do segundo episódio do podcast UOL News Economia, apresentado pelo repórter João José Oliveira, com dicas sobre investimentos. Ao todo, serão oito episódios, sempre publicados às sextas-feiras.
Neste programa, a especialista em orientação e planejamento financeiro pessoal e colunista do UOL Júlia Mendonça apresenta um passo a passo para quitar suas dívidas e começar a investir com segurança. Confira a entrevista, na íntegra, no arquivo acima.
Pós-graduada em investimentos, finanças e banking e influenciadora digital, Júlia é entendida no assunto. Aos 24 anos, ela pagou uma dívida de R$ 80 mil e decidiu estudar sobre investimentos. Hoje, vive disso.
De acordo com a especialista, o endividamento geralmente acontece porque as pessoas ignoram os valores pequenos, criando assim uma bola de neve de juros mês após mês. "A gente prefere dizer 'tá bom, tá tudo bem, não estou vendo, então não tem dívida'. 'Eu não atendo o telefone, eu não tenho que pagar o banco'. Perder controle é muito fácil quando você realmente não sabe o quanto está ganhando e para quem e quanto você está devendo", afirma (ouça a partir de 2:10).
Júlia orienta que se deve priorizar o pagamento das dívidas mais altas. Ainda, indica aos ouvintes do UOL News Economia o corte de gastos em excesso para ajudar a pôr ordem nas finanças.
"Você vai encontrar essas dívidas, as maiores que você tem, e vai ver quanto você está devendo, para quem, quantas parcelas e de quanto são os juros, e vai enumerar da maior dívida para a menor. Se você realmente está endividado até o pescoço, como eu já estive, devendo para um monte de gente, você vai, sim, sempre escolher as dívidas mais altas, mais caras e com os maiores juros para pagar. E aí a gente vê o depois", diz (a partir de 5:10).
Após deixar as contas em dia, o devedor tem tudo para se tornar um investidor. Júlia Mendonça diz que é essencial reservar 10% dos rendimentos para aplicar —mas essa fatia pode ser menor no início. Ela afirma que as modalidades Tesouro Selic e CDBs, por serem mais estáveis e não terem volatilidade do mercado, são as mais indicadas para os investidores iniciantes (o primeiro episódio do UOL News Economia traz mais dicas sobre o tema).
"Separe esse dinheiro e, assim que receber seu salário, já invista essa grana na mesma hora. Não pague nada, nada mesmo. Cartão, água, telefone, nada. Vá investir esse dinheiro, porque assim você tem certeza absoluta de que esse dinheiro está indo para um bom lugar e está indo para você, que é a pessoa mais importante do mundo", conta (a partir de 8:05).
A entrevistada aponta que somar o equivalente a seis meses de gastos mensais é ser uma boa quantia para uma reserva de emergência. O montante acumulado nesse período, de acordo com ela, ajuda as pessoas a se recuperaram de algum imprevisto, como a perda de emprego ou empréstimo de dinheiro para terceiros.
"Tenho certeza absoluta de que você pode pensar 'nossa, mas é muito tempo para eu juntar esse dinheiro', 'eu só consigo investir pouco agora'. Mas a partir do momento que você começar a juntar R$ 50, R$ 100, R$ 200, R$ 500, você vai ver quanto vai mudar sua vida", conclui Júlia Mendonça (a partir de 12:28).
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