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Companhias aéreas têm US$ 3,7 bi bloqueados na Venezuela, diz associação

12/03/2014 23h56

GENEBRA, 13 Mar 2014 (AFP) - Várias companhias aéreas que voam para a Venezuela tentam recuperar cerca de 3,7 bilhões de dólares bloqueados pelo governo venezuelano, revelou nesta quarta-feira, em Genebra, o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Tony Tyler,

"O governo venezuelano impede que as companhias aéreas repatriem o total de 3,7 bilhões de dólares", violando os tratados internacionais, disse Tyler, que escreveu ao presidente Nicolás Maduro sobre a situação.

"É inaceitável que o governo venezuelano ignore as regras do jogo previstas nos tratados".

"As companhias aéreas não poderão operar de maneira indefinida sem receber este dinheiro", destacou Tyler, sem citar nomes de empresas.

A lei venezuelana exige que as passagens aéreas sejam vendidas em bolívares, que o governo troca por dólares posteriormente. Mas as autoridades em Caracas não fazem esta conversão desde outubro passado, afirma a IATA.

"A situação representa um fracasso inaceitável do governo da Venezuela em honrar seus compromissos", destacou Tyler.

"A aviação proporciona conexões vitais para a economia venezuelana. O governo não deve por isto em risco".

Na semana passada, o presidente panamenho, Ricardo Martinelli, acusou Caracas de fomentar uma crise diplomática com o Panamá como desculpa para não pagar uma dívida de 1 bilhão de dólares.

"A Venezuela parece estar falida, mas não deveria estar porque é um país muito rico", afirmou Martinelli, acrescentando que não há desculpas para não honrar esta dívida.

"Não gostaria de pensar" que a ruptura das relações diplomáticas anunciada por Maduro "seja uma desculpa para não pagar e que o Estado venezuelano seja mau pagador".

A dívida em questão se refere a importações realizadas pela Venezuela na zona franca panamenha de Colón.

Maduro justificou a ruptura das relações diplomáticas pela decisão do governo panamenho de promover uma intervenção da Organização de Estados Americanos (OEA) diante de uma série de protestos nas principais cidades venezuelanas.

A Venezuela enfrenta há um mês uma onda de manifestações que já deixou 24 mortos e mais de 300 feridos, motivada em parte pela inflação (56% anual) e pela escassez de produtos básicos.