BlackRock prevê mais problemas nas commodities por China e dólar
(Bloomberg) -- A maior gestora de recursos do mundo afirma que a pior corrida para venda de commodities em uma geração tem espaço para aumentar.
"Infelizmente, ainda estamos caminhando para baixo", disse Russ Koesterich, estrategista-chefe global de investimentos da BlackRock Inc., em entrevista à Bloomberg TV. "Estamos vendo uma desaceleração na demanda em um momento em que a economia global está perdendo força, em particular as economias com alto consumo de commodities, como a China".
As matérias-primas caminham para a quinta perda anual após atingirem o nível mais baixo desde 1999 na segunda-feira em um momento em que o crescimento econômico da China perde força em meio a excedentes de tudo, do petróleo bruto até o minério de ferro. O dólar mais forte, com a iminência de uma elevação nas taxas de juros dos EUA pelo Federal Reserve, aumenta os ventos contrários aos preços, segundo Koesterich.
"Temos uma série de commodities, alguns dos metais industriais, mas particularmente petróleo, que simplesmente estão com um excesso de oferta significativo", disse Koesterich. "Será necessária uma quantidade de tempo adicional para reequilibrar a oferta e a demanda, especificamente nos mercados de energia".
O Bloomberg Commodity Index caiu 21 por cento neste ano, fechando na terça-feira em 82,1446, liderado pelas quedas do níquel, do gás natural, do café e do petróleo bruto. O West Texas Intermediate para entrega em janeiro era negociado a US$ 43,10 por barril na Bolsa Mercantil de Nova York às 14h01 pelo horário de Cingapura, uma baixa de 19 por cento em 2015.
Desaceleração da China
A Moody's Investors Service sinalizou na quarta-feira o potencial de uma maior fragilidade das commodities em 2016, projetando em um relatório que a demanda por aço na China provavelmente se contrairá cerca de 5 por cento no ano que vem em meio à desaceleração econômica. O país é o maior produtor de aço do mundo. O minério de ferro caiu na terça-feira e atingiu o nível mais baixo em pelo menos seis anos.
A visão da BlackRock de que há mais espaço para perdas contrasta com a perspectiva da Pacific Investment Management Co., que disse no mês passado que a pior parte do colapso provavelmente já havia passado e que o petróleo tendia a subir.
O excedente global de petróleo bruto arrastou os preços para baixo em um momento em que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo estão bombeando um volume superior à sua cota coletiva para proteger participação de mercado e desafiar as produtoras dos EUA. Os estoques dos países desenvolvidos aumentaram a um nível recorde, disse a Agência Internacional de Energia em 13 de novembro.
'Pescando no fundo'
Embora as commodities possam estar propensas a novas quedas não é cedo demais para pesquisar a compra de algumas ações relacionadas ao setor, desde que os investidores tenham um horizonte de longo prazo, segundo Koesterich. "Há bolsões, por exemplo dentro do setor de energia, nos quais se pode pescar um pouco no fundo", disse ele, sem identificar empresas.
"Vale a pena dar uma olhada em algumas das grandes empresas multinacionais e integradas de energia", disse Koesterich. "Elas estão baratas, muitas têm dividendos saudáveis e existe o benefício adicional de terem operações de refino e distribuição, que ajudam a equilibrar o declínio nas receitas com exploração e produção".
Os declínios nos preços das commodities em grande parte terminaram, disseram Greg Sharenow e Nic Johnson, da Pimco, no mês passado. Após a queda, a maior parte das matérias-primas caiu bastante dentro da curva de custo marginal, o que ajudará a estabelecer um piso para os preços, disseram eles, prevendo que o petróleo poderá subir para uma base de cerca de US$ 60 dentro de um ano.
Título em inglês: BlackRock Sees More Commodity Pain on Slowing China, Dollar
Para entrar em contato com os repórteres: Ramsey Al-Rikabi, em Hong Kong, ralrikabi@bloomberg.net; Angie Lau, em Hong Kong, alau42@bloomberg.net.
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