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O mistério da empresa de Eike que vale R$ 120 mi na Bolsa e tem só 12 empregados

11/08/2014 08h36Atualizada em 15/08/2014 08h14

SÃO PAULO - Uma das últimas companhias do grupo EBX que ainda está sob controle de Eike Batista, a CCX Carvão (CCXC3) sobrevive atualmente na Bolsa de Valores com apenas 12 funcionários e à espera de um desfecho, diz uma fonte próxima ao caso que pediu anonimato, em entrevista ao InfoMoney.

A companhia, que não tem atividades operacionais e, portanto, não gera receitas, chegou a valer R$ 1,2 bilhão. Com a derrocada das ações do Grupo EBX, é cotada atualmente a R$ 120,7 milhões.

Procurado pelo InfoMoney, o departamento de relações com investidores da empresa não foi localizado por telefone, assim como não retornou os e-mails.

Mais provável é a venda de minas na Colômbia para a turca Yildirim

Um dos mais prováveis desenhos é a venda dos ativos da empresa na Colômbia para a turca Yildirim por US$ 125 milhões --valor 72% abaixo do previsto em um memorando assinado entre as duas companhias no final de outubro, de US$ 450 milhões.

O acordo, que foi fechado em fevereiro, aguarda ainda pela aprovação dos acionistas dos termos e condições para a venda. Entretanto, a empresa vem prorrogando a reunião para a apreciação do tema. A previsão é de que ocorra até 30 de setembro.

Em março, a CCX marcou uma Assembleia Geral Ordinária para discutir o assunto, mas ele foi retirado da pauta poucos dias antes da reunião.

A companhia disse que aguarda a conclusão de análises e entendimentos sobre a forma de destinação dos recursos a serem auferidos pela companhia no fechamento da Operação Yildirim. 

Turca antecipou US$ 5 milhões em novembro e US$ 30 milhões em março

Do acordo feito com a Yildirim, a empresa conseguiu antecipar US$ 5 milhões em novembro do ano passado do montante que receberá com a venda e mais US$ 30 milhões pagos em março.

O saldo remanescente, de US$ 90 milhões, será pago no fechamento da operação, previsto para até o final de setembro. Segundo uma fonte próxima ao assunto que pediu anonimato, o dinheiro antecipado serviu para a empresa pagar empréstimos. 

"A empresa atualmente não produz mais nada. Só está esperando até setembro, quando deve receber o restante do dinheiro da venda dos ativos da Colômbia, mas até agora ninguém sabe o que farão. A expectativa é que compre as ações em circulação no mercado", disse a fonte. 

Ações despencaram 90% desde entrada na Bolsa

O plano de retirar a empresa do mercado já passou pela cabeça de Eike Batista em 2013, mas condições ruins no mercado o fizeram desistir da proposta em junho daquele ano.

A empresa, cuja ação valia na Bolsa em torno de R$ 2 antes da oferta, dobrou de valor com o anúncio da OPA (Oferta Pública de Aquisição), mas desabou depois da desistência do controlador.

Do lançamento dos papéis no mercado no mercado, em junho de 2012, para cá, as ações despencaram 90%, segundo cotação da última sexta-feira (8), quando fecharam a R$ 0,73 .

BNDES tem 11,72% a empresa e já perdeu R$ 105 milhões

"A CCX não tem receitas, não avisam ao mercado o que planejam fazer, e agora vão vender a mina na qual gastaram quase R$ 400 milhões em investimentos por US$ 125 milhões. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), um dos maiores acionistas da empresa, se abstém em todos os itens. Ele não fala nada nas reuniões", disse a fonte.

O BNDES tem 11,72% da CCX, participação que mantém desde a abertura da empresa na Bolsa. Desta participação, o banco de fomento já perdeu R$ 105 milhões. 

Segundo a fonte, a expectativa agora fica para setembro, quando a empresa deve se reunir com os acionistas para discutir os termos da venda de seus ativos. Até lá, o que o investidor tem a fazer é apenas esperar, disse. 

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