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Brasileiro paga preço de luxo por carro considerado popular no exterior

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Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

18/09/2013 12h08

O brasileiro paga o preço de um carro de luxo por um carro que, no exterior, é considerado popular. O levantamento foi feito pelo jornal "Valor Econômico".

Mesmo sendo produzido em São Caetano do Sul (SP), o Cruze na versão sedã, por exemplo, custa no mercado brasileiro o equivalente a US$ 28,9 mil. Nos Estados Unidos, tem preço bem inferior: um pouco acima de US$ 17 mil. O modelo produzido no Brasil também é cerca de US$ 10 mil mais caro do que na China.

O Focus, líder global de vendas fabricado pela Ford, parte de US$ 22,1 mil no Brasil, quase US$ 3 mil a mais do que o preço mínimo no mercado americano.

Segundo o "Valor", os críticos acrescentam a esses fatores o protecionismo comercial - que tira a competitividade dos veículos importados - e a alta disposição do consumidor brasileiro de pagar qualquer preço por um carro. Modelos vendidos em faixas de preços intermediárias nos mercados europeu e norte-americano são supervalorizados no Brasil.

As montadoras atribuem a diferença de preços ao alto custo de produção no Brasil - entre pesados impostos, juros elevados, mão de obra cada vez mais cara, valorização do real nos últimos dez anos e as ineficiências na infraestrutura que tornam mais caro o transporte dos produtos.

Montadoras quintuplicam ritmo de investimento no exterior

A indústria automobilística instalada no Brasil aumentou a produção e as vendas no país nos últimos anos, mas, em proporção bem maior, tem elevado os investimentos no exterior, mostram dados do Banco Central.

Desde 2009, o setor automotivo brasileiro investiu US$ 3,4 bilhões no exterior, o que dá uma média de US$ 64 milhões por mês saindo do país. Anos antes, de 2006 a 2008, essa média era de apenas US$ 12 milhões. Trata-se de um aumento de 429%.

Na mesma base de comparação, a produção subiu bem menos (20%), assim como o emprego nas montadoras (22%). O blog analisou apenas o período desde 2006 porque as planilhas do BC, antes disso, não informavam os investimentos diretos no exterior feitos especificamente pelo setor de veículos.