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Dilma diz, pelo Twitter, que quem aposta contra o Brasil sempre perde

Do UOL, Em São Paulo

27/09/2013 13h07Atualizada em 27/09/2013 13h25

A presidente Dilma Rousseff, que reativou sua conta na plataforma de microblog Twitter nesta sexta-feira (27), rebateu as críticas feitas pela revista britânica "The Economist" à economia brasileira.

Em dois tweets, a presidente escreveu: "Eles estão desinformados. O dólar estabilizou, a inflação está sob controle e somos o único grande país com pleno emprego. Somos a 3ª economia que mais cresceu no mundo no 2º trimestre. Quem aposta contra o Brasil, sempre perde".

A presidente estava sendo entrevistada por sua sósia nas redes sociais, a "Dilma Bolada" --na verdade, Jeferson Monteiro, que se encontrava no Palácio do Planalto junto com a presidente. Com estilo irreverente, a "Dilma Bolada" chamou a revista de "The Recalconomist":

Na quinta (26), a revista britânica "The Economist" voltou a estampar o Brasil na capa de sua edição para a América Latina e a Ásia. Com uma manipulação digital que mostra o Cristo Redentor afundando após um voo, a revista questiona: “Será que o Brasil estragou tudo?”. A capa é uma referência da mesma revista, que, em 2009, mostrou o Cristo decolando como um foguete.

  • Capa da revista "The Economist" que será publicada nesta semana

  • Capa da mesma revista em matéria de novembro de 2009

"Uma economia estagnada, um Estado inchado e protestos em massa significam que Dilma Rousseff deve mudar o rumo", afirma a reportagem especial sobre o país.

A revista cita os protestos de junho, e se pergunta se a presidente Dilma Rousseff vai conseguir recolocar o país nos eixos. Além disso, pergunta se a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos vão ajudar a recuperação do Brasil ou simplesmente trazer mais dívidas.

'Voo de galinha'

A revista relembra o cenário otimista há quatro anos: a economia tinha se estabilizado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990, e acelerado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, no começo dos anos 2000; sentiu pouco o colapso do banco Lehman Brothers, em 2008; cresceu 7,5% em 2010; foi escolhida como sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas; e Lula ainda conseguiu eleger Dilma Rousseff como sua sucessora.

"Desde então, o país tropeçou e voltou à realidade", diz. A reportagem cita o crescimento de 0,9% em 2012 e as manifestações que encheram as ruas do país em junho contra os altos custos de vida, a precariedade dos serviços públicos e a corrupção política.

"Muitos agora perderam a esperança de que seu país estava fadado ao sucesso e concluíram que foi apenas outro voo de galinha", afirma a revista, usando a expressão em português.

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Investimentos em infraestrutura 'pequenos como biquíni fio-dental'

A revista afirma que muitas das políticas do ex-presidente Lula -"notavelmente o Bolsa Família"- são admiráveis. "Porém, o Brasil fez muito pouco para melhorar seu governo nos anos de crescimento."

A chance perdida não é exclusividade brasileira; aconteceu também com a Índia, segundo a reportagem.

No caso do Brasil, é pior, diz a "Economist", porque a carga tributária é muito alta e pesa demais sobre as empresas, enquanto o governo "tem seus gastos prioritários de cabeça para baixo".

Outro complicador, segundo a revista, é que, apesar de ser um país jovem, gasta demais com aposentadorias, e de menos com infraestrutura. "(...) apesar das dimensões continentais do país e péssimas conexões de transporte, os investimentos em infraestrutura são tão pequenos como um biquíni fio-dental", diz.

'Dilma interfere mais que pragmático Lula'

A revista faz, ainda, duras críticas à atuação da presidente Dilma Rousseff em relação a interferências do governo em assuntos privados. Segundo a revista, a atuação de Dilma teria afastado investidores dos projetos de infraestrutura.

"Esses problemas vêm se acumulando há gerações. Mas Rousseff não quis ou não conseguiu combatê-los, e criou novos problemas ao interferir muito mais do que o pragmático Lula."

Em vez de assumir indicadores desfavoráveis, afirma a "Economist", o governo lançou mão de "contabilidade criativa" e a dívida pública avançou para entre 60% e 70% do PIB. "Os mercados não confiam em Rousseff", diz.