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Com rombo em dezembro, saída de dólares supera entrada em US$ 9,3 bi no ano

Do UOL, em São Paulo

07/01/2015 12h53Atualizada em 07/01/2015 13h47

A saída de dólares do país superou a entrada em US$ 14,05 bilhões em dezembro, no maior rombo mensal desde setembro de 1998, quando o resultado tinha ficado negativo em US$ 18,919 bilhões.

Com isso, em 2014, o chamado fluxo cambial teve resultado negativo de US$ 9,287 bilhões. 

Os dados do chamado fluxo cambial foram divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Banco Central.

Foi o segundo ano seguido em que saíram mais dólares do que entraram. Em 2013, o fluxo cambial tinha ficado negativo em US$ 12,261 bilhões.

"Devemos ver uma melhora (no fluxo) no ano que vem, mas o espaço é bem limitado", afirmou o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello, à agência de notícias Reuters, acrescentando que a recuperação econômica no Brasil deve ser lenta.

Ele lembrou ainda que o cenário externo deve mostrar turbulências, sobretudo com a expectativa sobre quando o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, comece a elevar os juros, com potencial para tirar recursos de outros mercados, como o brasileiro.

O BC informou ainda que, apenas no dia 2 de janeiro, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,087 bilhão.

Conta de investimentos tem deficit de US$ 14,5 bi

O desempenho do fluxo cambial foi influenciado principalmente pela conta financeira (por onde passam os investimentos diretos, em portfólio, entre outros), que exibiu deficit de US$ 14,542 de dólares em dezembro. Foi o pior resultado mensal na série histórica do BC, iniciada em 1982.

Por conta disso, essa conta também acabou fechando 2014 no vermelho, com deficit de US$ 13,424 bilhões, mas com resultado melhor que a saída líquida de US$ 23,396 bilhões vista em 2013.

Para Curvello, as saídas financeiras foram amortecidas em 2014 pela relevante alta da Selic, que subiu a 11,75%, atraindo recursos externos em busca de melhores rendimentos.

O BC informou ainda que a conta comercial teve resultado positivo de US$ 492 milhões em dezembro e de US$ 4,137 bilhões em 2014, muito abaixo do superavit visto no ano anterior, de US$ 11,136 bilhões.

(Com Reuters)