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Juros ao consumidor sobem; rotativo do cartão chega a 395,3% ao ano, diz BC

Do UOL, em São Paulo

26/08/2015 10h51Atualizada em 26/08/2015 11h12

A taxa de juros do cheque especial em julho subiu para 246,9% ao ano, alta de 5,6 pontos percentuais em relação a junho (241,3% a.a.). Por sua vez, os juros do rotativo do cartão de crédito subiram de 372,1% ao ano em junho para 395,3% ao ano em julho, o maior valor desde o início da série histórica deste indicador, em março de 2011.

Os dados são referentes apenas a juros cobrados de pessoas físicas e foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Banco Central.

Confira a variação nas taxas de juros de outras modalidades de crédito monitoradas pelo BC:

  • Aquisição de veículos: de 24,7% ao ano em junho para 24,5% ao ano em julho;
  • Aquisição de outros bens: de 80,7% ao ano em junho para 84,3% em julho;
  • Cartão de crédito parcelado: de 118,2% ao ano em junho para 119,5% ao ano em julho;
  • Crédito renegociado: de 46,4% ao ano em junho para 45,7% ao ano em julho;
  • Crédito pessoal consignado: de 27,3% ao ano em junho para 27,8% ao ano em julho;
  • Crédito pessoal não-consignado: de 112,7% ao ano em junho para 113,8% ao ano em julho.

O BC ressalta que a metodologia de cálculo dos indicadores foi atualizada em fevereiro de 2015.

Juros para famílias sobem a 58,6%

A média da taxa de juros cobrada das famílias subiu 1,1 ponto percentual de junho para julho, alcançando 59,5% ao ano no mês passado. As principais altas foram do crédito não consignado, do cheque especial e do rotativo do cartão, já mencionadas.

Para as empresas, a taxa média de juros foi de 27,9% ao ano, uma alta de 0,4 ponto percentual em relação a julho.

Essas taxas se referem aos recursos livres, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. Não inclui, portanto, financiamento imobiliário, crédito rural e empréstimos do BNDES.

Ganho dos bancos com as famílias sobe

O ganho médio dos bancos (o spread bancário, diferença entre os juros que os bancos pagam pelo dinheiro e o que eles cobram dos clientes) foi de 18,4 pontos percentuais em julho, com alta de 0,6 ponto no mês e de 2,6 pontos em 12 meses.

A maior alta foi vista nas operações de crédito para as famílias, com alta de 0,8 ponto, para 26,1 pontos percentuais.

No crédito para as empresas, o aumento foi de 0,4 ponto, para 10,2 pontos.

Calotes têm leve alta

O número de dívidas com mais de 90 dias de atraso teve leve alta de junho para julho. No geral, este indicador correspondeu a 3% de toda a carteira de crédito do país, o que representa uma alta de 0,1 ponto percentual em relação a junho.

O indicador aumentou entre as pessoas físicas de 3,6% para 3,8% de todas as operações, e entre as empresas, de 2,3% para 2,4%.

Estes números se referem à inadimplência tanto em operações com recursos livres quanto com recursos direcionados (em que os juros são fixos).