Produção industrial brasileira cai 1,3% e tem pior setembro desde 2002
A produção industrial brasileira registrou queda de 1,3% em setembro na comparação com agosto, pior resultado para o mês desde 2002, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (4). É a quarta baixa seguida.
Na comparação com setembro de 2014, a produção caiu 10,9%, pior resultado desde abril de 2009. A série histórica começou em janeiro de 2002, mas a comparação anual só pode ser feita a partir de 2003. É a 19ª queda consecutiva.
"Normalmente há uma trajetória positiva em setembro e outubro para atender às encomendas de fim de ano, mas não conseguimos enxergar isso este ano por conta da conjuntura ruim", afirmou o economista do IBGE André Macedo.
As expectativas em pesquisa da agência de notícias Reuters com economistas eram de queda de 1,5% na variação mensal e de 11,4% na base anual.
No acumulado dos últimos 12 meses, houve recuo de 6,5%.
Indústria automotiva lidera queda na indústria
A queda de 6,7% na produção de veículos automotores de agosto para setembro foi o fator que mais influenciou o recuo de 1,3% na indústria brasileira no período.
O segmento já havia registrado queda de 9,8% em agosto.
Quinze dos 24 setores pesquisados pelo IBGE tiveram queda em setembro, na comparação com o mês anterior. As outras três principais influências para o resultado negativo da indústria vieram das máquinas e equipamentos (-4,5%), metalurgia (-3,1%) e vestuário e acessórios (-4,2%).
Também apresentaram quedas importantes os setores de produtos alimentícios (-0,5%), celulose e papel (-1,9%) e borracha e plástico (-1,6%).
Por outro lado, oito setores registraram alta na produção, com destaque para os produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (3,5%), indústrias extrativas (1%) e informática, produtos eletrônicos e ópticos (4%).
Alta do dólar tem pouco impacto
Nem a alta do dólar de cerca de 40% neste ano tem tido efeitos positivos sobre a indústria, segundo Macedo, do IBGE.
"Os nichos da indústria favorecidos pelo câmbio são poucos, como celulose, produtos siderúrgicos e carnes de aves, e insuficiente para reverter o cenário ruim da indústria em 2015.
Pesquisa do Banco Central com economistas não mostra muita melhora nem para o ano que vem. A expectativa deles para a contração da produção industrial é de 7% neste ano e de 2% em 2016.
Sob o peso da produção industrial, os especialistas consultados veem retração do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,05% neste ano e de 1,51% no próximo.
(Com Reuters e Agência Brasil)
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