Conteúdo publicado há 11 meses

Haddad: Corte de 0,5% nos juros impacta mais em investimento que consumo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), voltou a defender o corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros. A nova taxa será definida na próxima da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que termina na quarta (2). Haddad deu a declaração neste sábado (29) durante entrevista ao canal da TV GGN.

O que aconteceu

Corte tem impacto maior em investimentos que consumo. O ministro da Fazenda vem defendendo a redução dos juros para estimular a economia. Ele afirmou que um corte de 0,5 ponto percentual vai impactar primeiro nos investimentos, mas já sinaliza uma política monetária que poderá estimular também o consumo. "Tem impacto na economia e começa um ciclo que reposiciona os agentes econômicos", disse o ministro.

A taxa de juros Selic está em 13,75% desde agosto de 2022. O patamar é considerado alto pelo ministro. Haddad defende a redução em 0,5 ponto percentual —parte dos analistas, no entanto, projetam uma redução de 0,25 ponto percentual.

O corte da Selic dialoga com a curva de juros futura. Evidentemente, para o consumidor, a taxa de juros que ele paga para o crediário vai alterar pouco, mas para os investimentos você começa a ter um efeito.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Espaço para cortes

Haddad defende que "há espaço para um corte razoável". Ontem, o ministro já havia dito que os cortes precisam ocorrer. Ele também comemorou as reavaliações de agências de risco do Brasil.

Avaliações externas mostram melhora na economia. Três agências melhoraram a avaliação do país na última semana: a Fitch, a Austin Rating e a DBRS Morningstar. "Elas estão dizendo que o Brasil está melhor", afirma.

Mesmo com dez cortes de meio ponto percentual, ainda estaríamos acima do juro neutro. Na entrevista deste sábado, Haddad afirmou que mesmo que o Copom cortasse 0,5 ponto em cada uma das próximas dez reuniões, ao fim deste período o país ainda estaria acima do juro neutro, ou seja, com restrição econômica. "Sempre que você estiver acima do juro neutro, você está em restrição econômica", afirmou. A taxa de juro considerada neutra é de 5%.

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